Paes lidera com folga, mas Ramagem cresce e pode forçar segundo turno
Candidato bolsonarista intensifica polarização e tenta transformar eleição municipal em disputa entre lulismo e bolsonarismo
A eleição para a Prefeitura do Rio de Janeiro, que parecia ser decidida no primeiro turno com Eduardo Paes (PSD) à frente, está se tornando mais acirrada com o crescimento de Alexandre Ramagem (PL).
O candidato bolsonarista, que inicialmente tinha índices mais modestos, subiu para 22% nas intenções de voto, enquanto Paes ainda lidera com 54%. Esse aumento na reta final da campanha sugere a possibilidade de um segundo turno.
No debate realizado pela TV Globo nesta quinta-feira, 3, Paes foi o principal alvo dos adversários. Candidato à reeleição, ele enfrentou ataques de todos os lados, especialmente de Ramagem e Rodrigo Amorim (União Brasil), que questionaram sua gestão e sua proximidade com o ex-governador Sérgio Cabral.
Paes, por sua vez, criticou a relação de Ramagem com o atual governador Cláudio Castro, tentando distanciar-se de sua política de segurança pública, ao que Ramagem respondeu que seu padrinho político é Jair Bolsonaro.
A estratégia de Ramagem tem sido trazer temas nacionais para o centro da campanha, transformando a eleição municipal em uma extensão da polarização entre lulistas e bolsonaristas. Enquanto Paes, conhecido como o “prefeito síndico”, foca na administração da cidade e evita nacionalizar o debate, Ramagem tem colado sua imagem à de Bolsonaro, prometendo mudanças na segurança pública e acusando a atual gestão de ineficiência.
A pauta da segurança foi um dos pontos centrais do debate. Paes associou Ramagem à política de segurança de Castro, ao que Ramagem respondeu com duras críticas à gestão do governador, chamando-a de “medíocre” e defendendo que, se eleito, transformaria o Rio em uma “cidade inteligente”, investindo em tecnologia e câmeras de segurança. Outros temas como saúde, educação e transporte também estiveram em destaque, com Amorim criticando o sistema de regulação de consultas e Ramagem defendendo escolas cívico-militares.
Outro ponto importante que pode influenciar o resultado da eleição é a rejeição dos candidatos. Enquanto Paes apresenta 27% de rejeição, Ramagem enfrenta 36%, o que pode dificultar ainda mais sua escalada nas intenções de voto. No entanto, com 10% dos eleitores afirmando que pretendem votar em branco ou nulo e 4% indecisos, há espaço para mudanças até o dia da eleição.
A polarização entre Paes e Ramagem ficou ainda mais evidente no debate, especialmente nas considerações finais. Ramagem agradeceu o apoio de Bolsonaro e prometeu “resgatar a cidade maravilhosa” com foco em segurança. Paes, por sua vez, destacou os avanços de sua gestão em saúde e educação e reafirmou seu compromisso com melhorias no transporte público.
Embora Paes mantenha uma vantagem significativa, o crescimento de Ramagem e sua estratégia de nacionalizar a disputa trazem incertezas para o resultado final. Se Ramagem continuar avançando, o segundo turno, antes improvável, pode se tornar uma realidade.
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