Paes entrega secretaria a irmão de investigado no caso Marielle
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), nomeou Chiquinho Brazão, irmão do conselheiro do TCE-RJ Domingos Brazão, como secretário especial de ação comunitária do Rio de Janeiro. A decisão foi publicada no Diário Oficial do estado nesta terça-feira (03)...
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), nomeou Chiquinho Brazão, irmão do conselheiro do TCE-RJ Domingos Brazão, como secretário especial de ação comunitária do Rio de Janeiro. A decisão foi publicada no Diário Oficial do estado nesta terça-feira (03).
A nomeação de Brazão acontece em meio às novas suspeitas que recaem sobre o conselheiro do TCE-RJ Domingos Brazão por seu suposto envolvimento no caso do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. Recentemente, a delação do ex-PM Élcio Queiroz trouxe reviravoltas para a investigação do assassinato da vereadora, implicando Brazão. Com isso, o caso será federalizado e passará a ser tramitado no STJ.
De acordo com documentos apreendidos pela Polícia Federal, existem indícios de uma possível ligação da família de Domingos Brazão com o responsável pelo vazamento de informações sobre uma operação realizada em 2019 contra os executores da vereadora.
Em julho, Élcio Queiroz, acusado de participar do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, em 2018, trouxe novos detalhes dos assassinatos durante delação premiada, ele confessou que dirigiu o carro usado no ataque. Além disso, ele contou que o ex-policial reformado Ronnie Lessa fez os disparos.
Élcio detalhou, no depoimento, que a participação do ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, preso na manhã desta segunda-feira, no Rio de Janeiro, remonta aos meses de agosto a setembro de 2017 até o dia do crime.
Em relação à execução, Élcio conta detalhes desde a chamada do Ronnie, por aplicativo de mensagem instantânea.
O trajeto
Ele detalhou o caminho percorrido para executar Marielle: Avenida Leopoldina, Avenida Vradil e Linha Amarela até pararem na casa do irmão de Ronnie .
De lá, pegam um táxi. A investigação, com informações da cooperativa de táxi, comprovou a corrida do Méier até a Barra. Lá, eles pegam o carro usado no crime e dão continuidade à ação.
De acordo com a versão de Élcio, Ronnie montou a metralhadora no carro e colocou um silenciador nela. Quando avistou Marielle, ele teria dito estar “pensado em pegar aqui mesmo”.
Participação de Suel
A delação aponta que Ronnie e Élcio encontraram com Suel, no Meier, com o objetivo de dar fim ao carro usado no crime. De acordo com o delator, eles já teriam outra placa em mãos e fizeram a trocaram, além de uma varredura no veículo para tirar qualquer vestígio do crime.
O ex-bombeiro teria ficado em Rocha Miranda para fazer o descarte do Cobalt com Edilson Barbosa dos Santos, conhecido como “Orelha”.
Segundo Élcio, Suel fez campanas para vigiar a vereadora e participaria da emboscada, mas acabou trocado por ele.
Informações checadas
O superintendente da Polícia Federal no Rio, Leandro Almada, frisou que as informações da delação de Élcio foram confirmadas de “forma taxativa”.
O delegado da Polícia Federal responsável pelo caso, Guilhermo Catramby, afirmou que Ronnie pesquisou o CPF e o endereço de Marielle e da filha dela dois dias antes do crime.
“O depoimento da esposa do Ronnie indicou que no dia 14 ambos não estavam na residência de Ronnnie. A partir desses elementos, é apresentado ao colaborador, ele se sentiu à vontade em colaborar. Conseguimos concatenar as informações”, comentou.
A vereadora e o motorista foram assassinados a tiros na noite de 14 de março de 2018, em uma emboscada no centro do Rio de Janeiro.
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