Pacheco entra em campo para tentar manter Paul Prates na Petrobras
Presidente do Senado indicou a ministros de Lula que o presidente da Petrobras conta com apoio de parte da Casa
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), procurou ministros do governo Lula (PT) para defender a manutenção de Jean Paul Prates na presidência da Petrobras. O senador esteve reunido na segunda-feira, 8, com Fernando Haddad, da Fazenda, e Alexandre Padilha, da Secretaria de Relações Institucionais.
Como mostramos, a permanência de Paul Prates no comando da estatal entrou na pauta do Planalto depois de embates com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. No encontro com os ministro do governo, Pacheco sinalizou que o presidente da Petrobras conta, principalmente, com o apoio da bancada do PT no Senado.
Jean Paul Prates foi senador pelo PT do Rio Grande do Norte e tem proximidade com uma parte da Casa Legislativa. Desde o início da crise, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, é cotado para sucedê-lo no comando da estatal.
Pacheco, no entanto, não pretende se envolver pessoalmente na discussão do governo, pois ele é próximo de Alexandre Silveira, principal desafeto de Jean Paul Prates. Assim como Pacheco, o ministro é de Minas Gerais e ele comanda o PSD, partido do presidente do Senado, no estado.
Disputa interna
O embate entre Jean Paul Prates e Alexandre Silveira voltou a gerar crises para o governo Lula depois que o ministro de Minas e Energia admitiu, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, que existe um conflito entre ele e o petista que comanda a estatal.
“Sempre tive debates acalorados, verdadeiros. Mas debates transparentes sobre o que eu, como governo, defendo na Petrobras; e o presidente da Petrobras, naturalmente, [defende] como presidente de uma empresa. Os papéis são diferentes. Por isso há um conflito”, afirmou.
Antes disso, os dois já haviam entrado em rota de colisão na discussão sobre a distribuição dos dividendos extraordinários da Petrobras. Prates defendia distribuir 50% dos recursos extraordinários aos acionistas, mas Silveira e o conselho discordaram diante de discussões sobre o fôlego da estatal para investimentos em energia limpa.
Na ocasião, Silveira defendeu que a Petrobras não tinha como objetivo exclusivo a “distribuição de lucros exorbitantes aos acionistas”.
Aos seus aliados, Prates avalia que a “invenção de crises” é uma forma de tentar derruba-lo do comando da estatal. Com isso, o petista tem defendido que o presidente Lula entre em campo para defender a sua manutenção no cargo.
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