Oriovisto Guimarães: “O apelo eleitoral do Moro diminuiu muito”
O senador Oriovisto Guimarães (foto), do Podemos do Paraná, um dos primeiros entusiastas do projeto presidencial de Sergio Moro, rompeu o silêncio sobre a ida do ex-juiz para a União Brasil. Em entrevista a O Antagonista, Oriovisto disse nesta quarta-feira (13) que Moro teria sido eleito se, em 2018...
O senador Oriovisto Guimarães (foto), do Podemos do Paraná, um dos primeiros entusiastas do projeto presidencial de Sergio Moro, rompeu o silêncio sobre a ida do ex-juiz para a União Brasil.
Em entrevista a O Antagonista, Oriovisto disse nesta quarta-feira (13) que Moro teria sido eleito se, em 2018, já como ex-juiz, ao invés de topar integrar um futuro governo Bolsonaro, apostasse na candidatura ao Planalto.
“Eu não tenho dúvidas de que, naquela ocasião, ele teria sido eleito, como Jair Bolsonaro foi eleito, por um partido pequeno.”
Oriovisto entende que, agora, “o apelo eleitoral do Moro diminuiu muito”.
“Ele já não tem mais o apelo eleitoral de três, quatro ano atrás, quando a Lava Jato estava no auge. Atualmente, o apelo eleitoral do Moro diminuiu muito, em razão do próprio tempo. O povo esquece, as coisas passam. A radicalização entre Lula e Bolsonaro é uma simplificação idiota da política. Não há mais espaço para uma posição de centro.”
Oriovisto chamou de “ponto cego” o fato de, segundo ele, Moro não ter conversado internamente no Podemos sobre as tratativas que vinha tendo com Luciano Bivar, presidente da União Brasil.
“Ficamos sabendo que ele deixou o partido e desistiu da candidatura pela imprensa. Ele não trocou ideias disso comigo, nem com o [senador] Alvaro Dias, nem com a Renata Abreu [presidente do Podemos], nem com ninguém. Ele falava de possibilidades, mas não falou nada sobre o tipo de trato que estava fazendo com o senhor Bivar. Eu seria um que teria dito a ele: ‘Não faça esse trato’. Mas não fui consultado. Ele fez sozinho e é responsável pelo o que fez.”
Oriovisto disse confiar que Moro tenha ido para a União Brasil realmente em busca de “condições melhores” para disputar a Presidência. Mas o senador não acredita mais nessa possibilidade.
“Não sei se o Bivar tem alguma carta na manga para usar lá na frente. Eu realmente não sei. Eu quero muito bem ao Moro, desejo muito que ele se dê bem. Para o Brasil, seria muito importante a candidatura dele. Mas, infelizmente, não estou vendo mais essa possibilidade, dentro daquilo que me é permitido ver. Moro não é mais candidato hoje, mas tomara que eu seja surpreendido. E, se isso acontecer, eu o apoiarei entusiasticamente. Mas não acredito mais.”
O senador ainda acrescentou:
“Fui entusiasta da candidatura dele, fiz o que pude para que ele fosse candidato. E ele foi candidato pelo Podemos. Mas a realidade do dia a dia da política é complexa. Você quer ser candidato a presidente da República? Tem que ter muito jogo de cintura, muita boa vontade com certas coisas. Por exemplo: o partido não podia dar tudo o que talvez fosse mesmo necessário, não tinha os recursos que ele gostaria de ter. Nós conversamos sobre isso. É evidente que o Podemos, sozinho, tinha pouco de tempo de TV. Minha maior preocupação era com o tempo de TV e com as ramificações que precisaríamos fazer.”
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