Orientação da Saúde para autoteste contraria prática dos EUA e Reino Unido sobre isolamento
A orientação do Ministério da Saúde sobre uso dos autotestes contraria as diretrizes das autoridades sanitárias dos Estados Unidos e do Reino Unido, e vai levar mais gente com Covid aos postos de saúde...
A orientação do Ministério da Saúde sobre uso dos autotestes contraria as diretrizes das autoridades sanitárias dos Estados Unidos e do Reino Unido, e vai levar mais gente com Covid aos postos de saúde.
No plano de testagem encaminhado à Anvisa, está claro que quem testar positivo em casa deve procurar um posto de saúde.
Um trecho do documento diz: “Para realização do autoteste, o indivíduo deve seguir todas as instruções do fabricante e atender a orientação de que, a partir do resultado positivo, procure uma unidade de atendimento de saúde (ou teleatendimento) para que um profissional da saúde, mediante as estratégias já postas pelo Ministério da Saúde, realize a confirmação do diagnóstico, notificação e orientações pertinentes de vigilância e assistência em saúde”.
Em seguida, o plano também repete a mesma orientação: “Embora todos os indivíduos que obtiverem resultado positivo/reagente no autoteste, devam procurar uma avaliação por profissionais de saúde na rede assistencial e lá sejam notificados no sistema e-SUS notifica (…)”.
A instrução de buscar atendimento médico antes de começar o isolamento também aparece em um fluxograma.
Essa não é a mesma orientação do Centro de Controle de Doenças do governo americano (CDC, na sigla em inglês) ou do NHS, o ‘SUS’ britânico.
O CDC orienta a quem testar positivo começar o isolamento de 10 dias e informar ao plano de saúde. Apenas se a doença causar sintomas graves deve-se buscar atenção médica.
Já o NHS define que o resultado do autoteste deve ser comunicado ao governo em até 24 horas. Além disso, também recomenda autoisolamento imediato por pelo menos cinco dias.
No Brasil, o ministério está orientando que o isolamento só comece depois de uma visitinha ao posto de saúde para confirmar o diagnóstico. Nos postos de saúde, entre outras coisas, existem hoje filas de gente se vacinando, inclusive crianças.
Procurado, o Ministério da Saúde não respondeu às perguntas de O Antagonista sobre sua suposta política pública para os autotestes.
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