Operação Submarino
A Polícia Federal e o MPF cumpriram mais cedo mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao engenheiro Jairo João Mola e ao engenheiro nuclear Renato Del Pozzo, do Centro Tecnológico da Marinha. Eles são investigados por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas...
A Polícia Federal e o MPF cumpriram mais cedo mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao engenheiro Jairo João Mola e ao engenheiro nuclear Renato Del Pozzo, do Centro Tecnológico da Marinha.
Eles são investigados por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Segundo o MPF, entre 2008 a 2015, Del Pozzo solicitou propina no valor aproximado de R$ 6 milhões à empresa austríaca Bilfinger Maschinembau GMBA & CO (MAB), que atua no ramo de fabricação e engenharia de componentes para tecnologia de reatores nucleares.
A MAB celebrou 15 contratos administrativos com o CTMSP e com o Comando Naval Brasileiro Europa (BNCE) para fornecimento de materiais para pesquisa, bem como importação de bens, tecnologia e prestação de serviços no campo da tecnologia nuclear.
“No curso desses contratos, Del Pozzo solicitou e recebeu o pagamento de propina para intermediar a contratação da empresa austríaca pelo CTMSP, bem como para prestar serviços de consultoria relacionados à entrada da MAB nos mercados brasileiro e sul-americano. Por conta dessas solicitações, recebeu mais de R$ 3,6 milhões (em valores atualizados). O dinheiro foi pago a empresa AGENDA, de titularidade de Del Pozzo, mediante depósitos efetivados em conta bancária na Suíça”, diz o MPF.
Ainda segundo os procuradore,s a empresa JJ&RR Assessoria Técnica e Comercial Ltda., de propriedade de Jairo João Mola, também recebeu valores relacionados à propina ajustada por Del Pozzo. O pagamento da propina foi mascarado sob a forma de contrato de prestação de serviços de consultoria.
Além das buscas e apreensões, a 2ª Vara Federal Criminal Especializada da Justiça Federal de São Paulo, a pedido do MPF, determinou que Del Pozzo seja proibido de exercer qualquer função pública e seja proibido de entrar ou frequentar qualquer dependência da Marinha do Brasil. A segunda medida vale também para Jairo João Mola.
A JF determinou ainda o sequestro de bens e valores mantidos nas contas bancárias de Del Pozzo, Mola e suas respectivas esposas, bem como nas contas das empresas Agenda, JJ&RR e Unitécnica. O valor do bloqueio deve atingir até o montante de R$ 13 milhões.
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