ONG da “dama do tráfico” lavava dinheiro, diz inquérito
A Associação Liberdade do Amazonas, uma organização não governamental (ONG) fundada no ano passado com o objetivo de defender...
A Associação Liberdade do Amazonas, uma organização não governamental (ONG) fundada no ano passado com o objetivo de defender os direitos dos presos, está sendo investigada por suposto envolvimento com a facção criminosa Comando Vermelho.
A polícia afirma que a entidade, que teve Luciane Barbosa Farias como sua representante, teria sido criada pelos criminosos para lavar dinheiro proveniente do tráfico de drogas e obter capital político para negociações com o Estado.
De acordo com uma investigação sigilosa da Polícia Civil do Amazonas, revelado por O Globo, a ONG recebia dinheiro do tráfico através de uma espécie de ”caixinha”, um modelo de arrecadação coletiva entre os integrantes da facção. Além disso, todas as despesas da organização, como aluguel, água, luz, internet e salários dos funcionários eram pagas pela facção.
Exatos R$ 188 mil foram bloqueados da conta da ONG como resultado dessa investigação.
Luciane Barbosa Farias, também conhecida como a ”dama do tráfico amazonense”, esteve em duas reuniões com assessores do Ministério da Justiça enquanto representante da Associação Liberdade do Amazonas, segundo informações divulgadas pelo jornal Estado de S.Paulo.
No entanto, a esposa de Clemilson dos Santos Farias, líder da facção conhecido como Tio Patinhas, foi condenada a dez anos de prisão por seu envolvimento na ocultação de valores provenientes do tráfico de drogas. Enquanto seu marido coordenava as negociações criminosas, Luciane é acusada de encobrir as atividades, adquirindo bens de luxo, imóveis e registrando empresas de fachada.
Em nota, Luciane negou qualquer ligação com facções criminosas e alegou ser vítima de discriminação por ser esposa de um detento. Ela afirmou que está recorrendo da condenação e ressaltou que no Brasil uma pessoa só pode ser considerada criminosa após o trânsito em julgado.
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