Ondas de calor no Rio mudam protocolo para eventos públicos
O protocolo se baseia no Índice de Calor, que considera temperatura e umidade do ar, para informar e proteger a população
A Prefeitura do Rio de Janeiro lançou um protocolo, nesta sexta-feira, 28, para comunicação e ação durante cenários de risco relacionados a ondas de calor.
Desenvolvido em colaboração com as secretarias de Saúde, Ambiente e Clima, além do Centro de Operações Rio (COR), o protocolo se baseia no Índice de Calor, que considera temperatura e umidade do ar, para informar e proteger a população.
Níveis do protocolo
O protocolo será dividido em cinco Níveis de Calor (NC). O nível mais alto, NC 5, será acionado quando as temperaturas extremas persistirem por três dias consecutivos.
Até o NC 3, as ações previstas são de alerta e comunicação à população. Já no NC 4, que representa uma zona de risco para a saúde com índices de calor acima de 42 graus por duas horas consecutivas durante três dias seguidos, serão indicadas medidas de mitigação. Essas incluem a identificação de locais de resfriamento em espaços públicos como parques e postos de saúde climatizados. Também haverá ampliação da oferta de estações de hidratação e distribuição de água para populações vulneráveis, incluindo idosos, grávidas e crianças.
No NC 4, há a possibilidade de cancelamento ou adiamento de eventos de médio e grande porte, além da suspensão de atividades em áreas externas. Quando o NC 5 for atingido, com temperaturas acima de 44 graus por duas horas consecutivas por três dias seguidos, a comunicação será intensificada com boletins meteorológicos a cada seis horas e boletins epidemiológicos até 72 horas após o término da onda de calor.
O NC 5 também implicará na interrupção de atividades de risco, como shows e grandes aglomerações, caso não seja possível adaptar o evento para minimizar os riscos. Atividades externas em unidades de ensino também serão suspensas. O prefeito Eduardo Paes mencionou a semana do show de Taylor Swift em novembro do ano passado, quando uma fã faleceu devido ao calor intenso, como um exemplo de situação extrema que poderia ter sido evitada com esse protocolo.
Ações para aliviar o calor
Na próxima segunda-feira, um decreto será publicado criando um comitê permanente para monitorar a questão. O painel de calor do Rio considerará modelos de previsão para tentar se antecipar às ondas de calor.
A inauguração de parques e corredores verdes, abrangendo regiões como Irajá, Bangu, Complexo do Alemão, Maré e Guaratiba, foi citada como uma das ações para aliviar o calor. O reflorestamento usando drones também faz parte dessas iniciativas.
Nova nomenclatura para onda de calor
No último fim de semana do verão, foram registradas temperaturas elevadas no Rio, com sensação térmica de 57,5 graus em Guaratiba, Zona Oeste da cidade.
Para ser caracterizada como onda de calor, a temperatura deve ficar pelo menos cinco graus acima da média por um período de cinco dias ou mais.
Outra novidade anunciada na coletiva é que as ondas de calor passarão a ser nomeadas, semelhante ao que ocorre com furacões. A lista de nomes que poderão ser usados até 2028 também foi divulgada, e cada onda em cada ano receberá um dos nomes da sequência predefinida.
Taylor Swift adia show por causa de “temperatura extrema” no Rio
No ano passado, a cantora Taylor Swift adiou seu segundo show no Rio de Janeiro devido ao calor extremo.
Na época, em publicação nas redes sociais, a artista afirmou que tomou a decisão por causa do forte calor que atinge a capital fluminense e por medida de segurança.
“Estou escrevendo isso do meu camarim no estádio. Foi tomada a decisão de adiar o show desta noite devido às temperaturas extremas no Rio”, escreveu.
“A segurança e o bem-estar dos meus fãs, colegas artistas e equipe técnica devem e sempre estarão em primeiro lugar.”
A medida foi anunciada após a morte de Ana Clara Benevides, de 23 anos, durante a apresentação da cantora em novembro do ano passado.
Ana Clara morreu depois de passar mal durante o espetáculo. Nas redes sociais, fãs reclamaram da proibição de entrada com garrafas d’água no estádio. Naquele dia, o Rio de Janeiro registrou recorde de sensação térmica, atingindo 59,3°C.
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