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O risco de uma guerra nuclear

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Redação O Antagonista
4 minutos de leitura 17.04.2024 11:57 comentários
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O risco de uma guerra nuclear

“Não existe nenhum acordo secreto para impedir o uso de armas nucleares antes que o mundo seja destruído”, diz Sharon K. Weiner, professora especialista em estratégia nuclear

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O risco de uma guerra nuclear
Reprodução/Instagram

O tirano russo Vladimir Putin (foto) enfatizou repetidamente que está pronto para usar armas nucleares. Os EUA e a Otan não descartaram esta possibilidade. O presidente dos EUA, Joe Biden, fala de um previsível “Armagedom” e uma possível administração Trump nos EUA é considerada imprevisível nesta área.

Ao ser questionada pelo jornal alemão Tagesspiegel sobre o que poderia acontecer se a Rússia usasse armas nucleares contra a Ucrânia, a cientista política Sharon Weiner, especialista em estratégia de armas nucleares respondeu:

Ninguém sabe disso antes que aconteça, incluindo aqueles que têm de decidir como responder. A nossa ideia de estratégia nuclear baseia-se no ´domínio da escalada´: quando o seu inimigo usa uma arma nuclear, ele sinaliza que está determinado e disposto a pagar um preço mais elevado porque sabe que você também tem armas nucleares. Você tem a opção de ceder ou responder com algo mais.”

Incerteza

Estados Unidos e Rússia passam muito mais tempo tentando demonstrar um ao outro quem detém mais potencial bélico nuclear do que falando sobre como controlariam a escalada ou impediriam uma guerra nuclear assim que esta começasse.

Há, portanto, uma incerteza em relação ao controle de uma guerra nuclear. Segundo Weiner, qualquer ataque nuclear, por pequeno que seja, é extremamente perigoso, pois “não existe nenhum acordo secreto para impedir o uso de armas nucleares antes que o mundo seja destruído”, afirma.

A única estratégica com a qual se trabalha é a lógica de que “a outra parte poderá, em algum momento, sentir-se compelida a desescalar – simplesmente para salvar o mundo”. Embora existam leis internacionais que dizem que as populações civis devem ser protegidas da melhor forma possível, é impossível proteger civis em uma guerra nuclear.

“É preciso controlar as consequências”

Ao ser questionada se a lógica da escalada nuclear poderia ser quebrada, Sharon Weiner respondeu:

O apelo das armas nucleares costumava ser este: ninguém queria usá-las porque as pessoas morreriam e o mundo poderia acabar. O apelo das armas nucleares era a dissuasão. E isso também se aplicava à guerra convencional, porque era demasiado perigoso que ela chegasse ao nível nuclear. Mas Putin está mostrando que está disposto a ultrapassar essa linha vermelha. Portanto, quebrar o ciclo significaria admitir que às vezes há coisas no mundo pelas quais certos líderes fazem as pessoas lutarem e morrerem. É preciso controlar as consequências disso, retirando as armas nucleares da equação”.

Ainda segundo Weiner, é preciso “desafiar a ideia de que as armas nucleares mantêm de alguma forma a paz. As armas nucleares dos EUA não impediram Putin de invadir a Ucrânia”. Sobre a probabilidade real de uma guerra nuclear, além de toda a retórica, a professora respondeu:

Sou professora de relações internacionais. Posso dar muitos exemplos de pessoas que travaram uma guerra que não queriam. A história nos ensina que isso acontece regularmente. Mas, para além do fato de os líderes cometerem erros, o que me incomoda é que, a despeito do fato de que morreríamos numa guerra nuclear, ambos não temos voz na questão de saber se as armas nucleares serão ou não utilizadas. Não posso dizer quais são as chances de este conflito se tornar uma guerra nuclear. Mas posso dizer que o perigo é demasiado grande e as consequências seriam demasiado graves”.

*Sharon K. Weiner é professora de Relações Internacionais na American University e no Programa de Ciência e Segurança Global da Universidade de Princeton. Um de seus focos de pesquisa é a estratégia nuclear. Entre outras coisas, ela é autora do livro “Nosso Pior Inimigo? Interesses institucionais e a proliferação de conhecimentos especializados em armas nucleares” (MIT Press 2011).

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