A proposta do governo para o Novo Bolsa Família, apresentada ontem pelo governo federal com o nome de Auxílio Brasil, foi vista com preocupação por especialistas em políticas públicas.

O Planalto ainda não definiu o valor do novo benefício, mas cogita dobrar o valor, que pode chegar a quase R$ 400.

“O Bolsa Família vem sendo melhorado ao longo dos últimos 18 anos. O que eles estão fazendo é destruir o programa, substituindo a sua essência por algo que nunca foi testado”, disse Tereza Campello, ex-ministra do Desenvolvimento Social de Dilma Rousseff, à Folha. “È preciso comparar com o que está acontecendo agora no Brasil —e são 39 milhões recebendo benefícios do governo federal.”

Ricardo Henriques, um dos criadores do Bolsa Família, disse ao jornal que a proposta apresentada pelo governo é a de um “não-programa social”.

“Na época em que coordenamos o projeto, eram vários programas de transferência e era necessário criar uma lógica que alinhasse todos eles. [A proposta do atual governo] é um empilhar de agendas de quem não entende a complexidade da política social. É um ‘não-programa’, impossível de executar. O segredo do Bolsa Família é ser preciso na sua estratégia.”