O que é a amônia verde, que virou febre nas indústrias
Descubra como a produção de amônia verde se tornou a solução mais ecológica para a indústria de fertilizantes. Saiba como energia renovável promete reduzir a pegada de carbono e transformar o setor.
Uma série de empresas emergentes está a tentar provar que podem produzir amónia, uma componente chave dos fertilizantes, de uma forma mais ecológica. Estas iniciativas buscam reduzir a pegada de carbono do processo de produção de amónia, conhecido como processo Haber-Bosch, que atualmente é responsável por quase 2% das emissões globais de CO2.
A produção de amónia é essencial para alimentar a população mundial. Durante muitos anos, a amónia foi extraída do guano, os excrementos das aves, que são ricos em nitrogénio. Mas depois que o cientista alemão Fritz Haber desenvolveu no início do século XX um método para sintetizar amónia, o processo de Haber-Bosch, a produção cresceu enormemente.
No entanto, os avanços na tecnologia permitiram agora a criação de sistemas alternativos de produção de amónia, chamados de “amónia verde”, que usam energia renovável, ar e água.
Produção de amónia verde na prática
Joe Beach, co-fundador e CEO da Starfire Energy, desenvolveu uma planta de produção de amónia que funciona com eletricidade verde intermitente. “Nós temos um sistema bem selado, você não sente cheiro“, afirma.
O processo de Beach utiliza eletrólisadores para separar o hidrogênio da água e alimentá-lo num reator com nitrogênio para produzir amónia. O sistema passa por uma estrutura de favo de mel revestida com um catalisador, que facilita a junção do nitrogênio com o hidrogênio, coletando no final do processo a amónia líquida.
O mais importante, segundo Beach, é que todo o sistema pode operar com energia renovável intermitente, como a eólica e a solar. A empresa planeja entregar seus primeiros dispositivos em escala comercial, que poderiam produzir uma tonelada de amónia por dia, em 2025.
A amónia como combustível
Além disso, também existe um interesse crescente na utilização da amónia como combustível, o que poderia auxiliar no deslocamento dos combustíveis fósseis. Atmonia, uma empresa da Islândia, quer vender mini fábricas de amónia que cabem dentro de contêineres. Helga Flosadóttir, co-fundadora e CEO de Atmonia, acredita na possibilidade de produzir amónia suficiente para usar como combustível, além da sua importância na produção de fertilizantes.
Ainda assim, será essencial que as tecnologias de amónia verde sejam bem-sucedidas na ampliação das suas produções. O grande desafio destas empresas inovadoras será demonstrar que podem produzir amónia em larga escala de forma eficiente e limpa, abrindo novos caminhos para uma economia de baixo carbono e para a segurança alimentar global.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)