O que a CPI quer saber da ex-mulher de Bolsonaro
A CPI da Covid aprovou hoje requerimento de convocação da ex-mulher de Jair Bolsonaro Ana Cristina Valle. Os integrantes da CPI suspeitam que a mãe do 04 tenha cometido crime de tráfico de influência ao utilizar de sua proximidade com o presidente da República para emplacar aliados no governo federal e obter vantagens indevidas da Precisa Medicamentos...
A CPI da Covid aprovou hoje requerimento de convocação da ex-mulher de Jair Bolsonaro Ana Cristina Valle. Os integrantes da CPI suspeitam que a mãe do 04 tenha cometido crime de tráfico de influência ao utilizar de sua proximidade com o presidente da República para emplacar aliados no governo federal e obter vantagens indevidas da Precisa Medicamentos.
Mensagens compartilhadas pelo Ministério Público Federal com a CPI da Covid revelam, por exemplo, que Ana Cristina Valle atuou para indicar o atual diretor do Instituto Evandro Chagas (IEC), órgão ligado ao Ministério da Saúde no Pará, Jorge Travassos, e o ex-diretor substituto do órgão, Márcio Nunes.
Segundo o MPF, Valle atuou ao lado de Marconny Faria, que prestou depoimento hoje ao colegiado.
Nunes foi preso em outubro do ano passado durante a segunda fase da Operação Parasita, deflagrada pela Polícia Federal e pela Controladoria Geral da União, acusado de fraudes em licitações.
Em outra oportunidade, também conforme mensagens apreendidas pela Polícia Federal, a ex-mulher de Bolsonaro teria atuado para que o defensor público Leonardo Cardoso fosse escolhido como chefe da Defensoria Pública da União. As conversas foram registradas em agosto do ano passado.
Segundo as mensagens, ela manteve contato com o ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência e hoje ministro do TCU Jorge Oliveira para ajudar a emplacar o aliado na DPU. Segundo a PF, ela procurou Jorge Oliveira também a pedido de Marconny Faria.
Outro detalhe que chamou a atenção dos senadores foi o fato de que a ex-mulher de Jair Bolsonaro, mesmo com salário de R$ 6,2 mil ao mês, vive numa mansão no Lago Sul com aluguel de R$ 15 mil. Segundo o Uol, a mansão teria sido comprada por um corretor por R$ 3,2 milhões e dias depois alugada.
Um ex-funcionário de Ana Cristina revelou ao Metrópoles, porém, que o imóvel seria dela, mas foi registrado em nome de um laranja.
A suspeita dos parlamentares é que Marconny Faria também esteja envolvido no processo de aquisição da mansão. A CPI investiga se a ex-mulher de Bolsonaro foi beneficiada com desvios de recursos do Ministério da Saúde por meio da Precisa. Uma tese dos senadores é que ela também foi recompensada pela empresa de medicamentos nos trabalhos de “lobby político” encabeçados por Faria.
Outra suspeita dos senadores é que o próprio filho do presidente Jair Renan tenha sido beneficiado com recursos da Precisa, já que ficou clara a aproximação dele com o lobista Marconny Faria.
Marconny é amigo de Renan e hoje ele confirmou que conheceu o 04 há aproximadamente dois anos e indicou o contador que ficou responsável por abrir a empresa de eventos do filho do presidente da República.
O requerimento de convocação de Ana Cristina Valle foi aprovado a toque de caixa pela CPI da Covid na sessão de hoje. Apenas o senador Marcos Rogério (DEM-RO) foi contra a convocação da mãe do 04.
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