O peso dos ex-alckmistas
Escondida na pesquisa do Ipespe sobre a disputa pelo governo de São Paulo encontra-se a razão por que o impasse entre PT e PSB ainda não foi superado no Estado...
Escondida na pesquisa do Ipespe sobre a disputa pelo governo de São Paulo encontra-se a razão por que o impasse entre PT e PSB ainda não foi superado no Estado.
Um dos gráficos traz a probabilidade de voto, ou seja, o grau de convicção do eleitor a respeito de sua escolha. Nesse quadro, o petista Fernando Haddad e o pessebista Márcio França (foto) aparecem empatados na soma dos eleitores que votariam com certeza em cada um deles, ou poderiam votar (não rejeitam). Haddad tem 42% e França, 41%.
Acontece que o nome do ex-governador tucano Geraldo Alckmin também foi testado, e ele alcança os mesmos 41% nessa soma de convictos e simpatizantes. Como Alckmin não vai disputar o governo estadual, estando muito próximo de ser confirmado como vice de Lula, surge a questão: para onde vão migrar seus eleitores, historicamente de centro-direita?
França, que foi vice de Alckmin e ocupou, ele mesmo, o governo paulista, tem chances reais de herdar uma boa parcela desse eleitorado. Outras fatias devem ir para o candidato bolsonarista Tarcísio de Freitas ou para o neo-tucano Rodrigo Garcia. É improvável que os ex-alckmistas escolham um petista para governar São Paulo.
Assim, mesmo que Haddad lidere em todos os cenários de primeiro turno que o Ipespe investigou, os números mantêm Márcio França na jogada. Quando se leva em conta o potencial de voto, não se pode dizer com certeza que o candidato do PSB é menos competitivo do que o petista. Talvez seja o contrário.
O potencial de voto está no meio das negociações entre PT e PSB e, por essa medida, não é agora que o braço de ferro vai acabar.
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