O PCC não sabe limpar escolas
Empresa investigada por fraudes de licitações em nome do PCC firmou acordo de R$ 40,1 milhões com a prefeitura de São Paulo em 2020
O Grupo Safe, que pertence a Vagner Borges Dias, o Latrell Brito, um dos alvos da operação deflagrada pelo Ministério Público de São Paulo para apurar fraudes de licitações públicas em nome do PCC, firmou um acordo de 40,1 milhões de reais com a prefeitura de São Paulo em 2020 para fazer a manutenção e limpeza de Centros Educacionais Unificados (CEUs) e Centros Municipais de Educação Infantil (CEMEIs), registrou O Globo.
O contrato, no entanto, foi rescindido seis meses depois por inexecução dos serviços contratados.
Segundo o jornal, gestores de várias unidades educacionais atendidas pela empresa de Vagner Borges procuraram a Secretaria de Educação do município para reclamar dos serviços prestados em meio à pandemia,
A falta de produtos de limpeza e de equipamentos para os funcionários, inclusive uniformes, foram algumas das queixas. Alguns funcionários também reclamaram da falta de pagamento do salário, ameaçando pedir demissão às vésperas da volta às aulas.
Rescisão de contrato
A Secretaria de Educação rescindiu o contrato com o Grupo Safe em 24 de fevereiro de 2021.
Até hoje, a prefeitura aguarda o pagamento de multas da seguradora contratada por Vagner Borges Dias.
Enquanto a gestão municipal avalia que deveria receber 20% sobre o saldo restante do contrato em caso de rescisão, a seguradora considera que deve pagar apenas 170 mil reais ao município.
Diante do impasse, a prefeitura entrou com um processo contra o Grupo Safe.
Fraude de licitações e o PCC
Na terça-feira, 16, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo, e pela Polícia Militar deflagraram uma operação para desarticular um grupo associado ao Primeiro Comando da Capital (PCC), acusado de cometer fraudes em licitações em todo o estado.
A 5ª Vara Criminal de Guarulhos expediu mandados de busca e apreensão em 42 endereços, além de 15 de prisão temporária.
Vagner Borges Dias é acusado de integrar o esquema que forjava concorrências para conquistar contratos públicos conforme os interesses do PCC.
As investigações apontam que as empresas envolvidas simulavam concorrência em licitações e pagavam propina a agentes públicos para obter vantagens nos processos de contratação.
Leia também:
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)