O PCC invadiu o sistema do TJ-SP?
Um servidor do Ministério Público de São Paulo foi preso em operação que investiga o vazamento de dados sigilosos do tribunal
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de São Paulo (Gaeco/MPSP) deflagrou nesta quinta-feira, 28, com apoio da Polícia Militar, uma operação para investigar o vazamento de dados sigilosos de processos na Justiça para membros do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Ao todo, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão e dois de prisão temporária. Um dos suspeitos, que é servidor do MPSP, foi preso, enquanto o outro segue foragido.
Além de documentos, os agentes apreenderam um computador e quatro celulares.
Participaram das diligências promotores de Justiça, servidores e 40 policiais militares.
Dados processuais do TJ-SP
Segundo o Gaeco, criminosos e advogados acessaram dados processuais no sistema do Tribunal de Justiça de São Paulo utilizando a senha de um servidor.
Pelo menos cem acessos foram identificados a partir da mesma senha. Os promotores apuram quais processos foram vazados de fato.
Criminosos e advogados ligados ao PCC também usaram as informações vazadas do TJ-SP para obstruir e prejudicar as investigações.
Entre os crimes apurados estão os de obstrução da Justiça, violação de sigilo e corrupção.
O que diz o TJ-SP?
O Tribunal de Justiça de São Paulo afirmou que “não se manifesta sobre investigação em curso nem sobre questões jurisdicionais.”
Os atos processuais não são públicos?
Os atos processuais são públicos, mas podem correr em segredo de justiça para preservar a investigação ou integridade das vítimas, entre outros casos definidos pelo Código de Processo Civil.
Quando os dados são sigilosos, apenas as partes envolvidas têm acesso aos autos.
O PCC está por todo lugar
Após a Operação Fim da Linha, deflagrada em 9 de abril, o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), afirmou que o PCC ganhou contornos de máfia.
Segundo Gakiya, a facção criminosa chefiada por Marcola está infiltrada no estado por meio de empresas de transporte público, coleta de lixo, saúde e assistência social.
“O que nos preocupa é que a organização está tomando tamanho de máfia, se infiltrando no estado, participando de licitações de estado. Isso é característico de máfias, como a gente já viu na Itália. […] E essa operação está atuando na asfixia financeira desse grupo”, disse o promotor em entrevista coletiva após a operação do Ministério Público que prendeu dirigentes de empresas de ônibus por ligação com o PCC.
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