O mea culpa de Marina Silva sobre queimadas “do amor”
A ministra do Meio Ambiente de Lula admitiu que a estratégia do governo para lidar com o período de estiagem e queimadas "não foi suficiente"
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, admitiu que a estratégia do governo para lidar com o período de estiagem e queimadas “não foi suficiente”, colocando o Brasil como “vítima” da mudança climática.
“O que nós estamos descobrindo agora é que [o planejado] não foi suficiente. E ter essa clareza e essa responsabilidade de não querer mascarar a realidade ou minimizar a realidade faz parte de uma postura republicana diante da sociedade”, afirmou a ministra em entrevista à Folha de S.Paulo, antes de embarcar para os Estados Unidos, onde participa Cúpula do Futuro, evento realizado durante a 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas.
Questionada se o presidente Lula (PT) ficará constrangido ao tratar do tema na ONU, a ministra do Meio Ambiente negou.
“Temos a maior seca dos últimos 73 anos no pantanal, dos últimos 40 anos na amazônia. Isso não foi um fenômeno produzido pelo país”, disse Marina.
“O Brasil é vítima da mudança do clima. O Brasil é um país vulnerável”, acrescentou.
“Obviamente que, quando você está nesse lugar, você pode ser cobrado. Ser cobrado não é problema. Agora, obviamente que os países desenvolvidos, para cobrar, eles precisam também fazer o aporte dos recursos que ficaram acordados no Acordo de Paris [e que nunca foram feitos]. E o Brasil tem conseguido reduzir o desmatamento sem precisar de ajuda externa”, completou.
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As queimadas “do amor”
Como mostrou Crusoé, Lula e Marina Silva criticaram o “negacionismo climático” do governo antecessor durante a campanha eleitoral de 2022, iniciando um governo com altíssimas expectativas em relação ao meio ambiente em 2023, mas demonstraram ser incapazes de lidar com as queimadas, agravadas pelo período de seca extrema.
Somente no mês de agosto, registrou-se quase metade do total de incêndios florestais do ano, segundo o Monitor do Fogo, da ONG MapBiomas. Foram queimados 5,65 milhões de hectares, o equivalente à cerca de 49% de toda a área devastada desde janeiro — uma extensão comparável ao estado da Paraíba.
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