O dilema do PSOL e Boulos sobre as falas de Lula
O deputado federal e pré-candidato à prefeitura de São Paulo foi aconselhado por aliados a não se manifestar sobre as falas de Lula sobre Israel
O deputado federal e pré-candidato à prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL-SP) foi aconselhado por aliados a não se manifestar sobre as falas de Lula que associaram a reação de Israel aos ataques terroristas do grupo Hamas ao Holocausto.
Conforme apurou O Antagonista, na tarde deste domingo, Boulos conversou com vários aliados e ele tinha a intenção de endossar as falas do petista. No entanto, ele foi convencido a não se manifestar sobre esse episódio. O receio do comitê de campanha é que essa atitude seja explorada pelos seus principais adversários, principalmente o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB).
Outra avaliação dos aliados de Boulos é que o apoio às falas de Lula devem se ater às manifestações de petistas como Gleisi Hoffmann, por exemplo.
Como mostramos ontem, o petista voltou a atacar Israel e comparou as operações militares na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus promovido por Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reagiu. Nesta segunda-feira, Lula foi considerado persona non grata por Israel. Algo inédito.
A fala de Lula foi exatamente essa:
“Sabe, o que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino, não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”.
A reação de Israel e no Brasil foi imediata.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou que o” presidente Silva desonrou a memória dos 6 milhões de judeus assassinados pelos nazistas”. “Ele demonizou o Estado judeu como o antissemita mais virulento. Ele deveria ter vergonha de si mesmo.”
Embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, engrossou o coro e resssaltou nesta segunda-feira que as relações entre os dois países, que já não era boa, piorou após essa manifestação de Lula: “Foi uma coisa fora da linha. Meu sentimento se coaduna com o que foi dito pelo primeiro ministro”.
No Congresso, também houve reações. A bancada do Novo apresentou uma denúncia na Procuradoria-Geral da República por crime de racismo contra Lula; a oposição, por sua vez, pretende apresentar um pedido de impeachment do presidente Lula.
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