O dilema do senador novato do PSD
Alexandre Silveira (PSD-MG), que assumirá a vaga de Antonio Anastasia no Senado, nem sequer assumiu o mandato oficialmente e já tem um dilema: continuar ou não do PSD...
Alexandre Silveira (PSD-MG), que assumirá a vaga de Antonio Anastasia no Senado, nem sequer assumiu o mandato oficialmente e já tem um dilema: continuar ou não do PSD.
O Antagonista apurou que a cúpula do partido, comandado por Gilberto Kassab, já deu o recado para o futuro novo senador: se ele topar ser líder do governo Bolsonaro no Senado, terá de mudar de legenda.
“Ele já foi mordido pela mosca azul e está querendo ser o líder, mas o partido não aceitará. Para ser, deverá sair do partido”, disse, pedindo reserva, um correligionário.
“Ele não consultou a bancada sobre isso. Mas não pode liderar o governo de um candidato [Jair Bolsonaro, candidato à reeleição], se o partido dele ainda tem outro candidato [Rodrigo Pacheco, pré-candidato ao Planalto pelo PSD]”, afirmou outro correligionário.
Como mostramos ontem, “as resistências são fortes” para que Silveira assuma a função, pelo menos filiado ao PSD de Kassab, que tem feito duras críticas ao presidente da República e com quem Lula disse que “tem conversado” para “construir algo juntos”.
O Palácio do Planalto recorreu ao novato do PSD pela dificuldade de encontrar um nome governista no Senado: Marcos Rogério (DEM-RO), Luis Carlos Heinze (PP-RS) e Jorginho Mello (PL-SC), por exemplo, eram opções, mas são pré-candidatos ao governo em seus estados e já estão envolvidos em pré-campanha.
O entorno de Bolsonaro, então, pensou em Alexandre Silveira, justamente por ele ser próximo de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, onde o governo Bolsonaro tem tido mais dificuldades do que na Câmara, comandada por Arthur Lira (PP-AL). A O Antagonista, Pacheco disse que não conversou com Silveira sobre o assunto.
Em dezembro de 2021, como noticiamos, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) entregou a função após um derrota acachapante na disputa por uma vaga no Tribunal de Contas da União (TCU). O emedebista recebeu somente sete votos e culpou o Planalto. Anastasia acabou garantindo a vaga no TCU, abrindo espaço no Senado para o seu primeiro suplente, Silveira, que já atuava como diretor jurídico da Casa desde o início da gestão Pacheco. Era, aliás, esse o acordo, como este site antecipou: relembre aqui.
Ontem, como também registramos, Silveira foi ao Twitter confirmar que havia sido convidado para ocupar a liderança do governo Bolsonaro no Senado, mas ele alegou que não poderia aceitar, porque ainda não havia assumido o mandato. Mais tarde, na tradicional live semanal, Bolsonaro mencionou Silveira como líder. O presidente, aliás, quer convencer o novato a apresentar uma PEC para, em ano eleitoral, tentar reduzir o preço dos combustíveis.
Desde ontem, Alexandre Silveira (foto) não tem respondido mensagens nem atendido as ligações de O Antagonista.
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