O dilema de Ricardo Nunes: vai ou não vai ao ato de Bolsonaro?
Emedebistas ponderam que presença de Ricardo Nunes em ato convocado por Bolsonaro pode afastar eleitor de Centro
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), tem sido aconselhado por aliados a não comparecer no ato em defesa do Estado Democrático de Direito convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. O evento ocorrerá em 25 de fevereiro, às 15h.
A ala mais pragmática do MDB em São Paulo teme que Nunes, caso suba em um trio elétrico a lado de Bolsonaro, possa ser visto como um “radical” e isso afugente o voto do chamado eleitor de Centro.
Do outro lado, deputados (estaduais e federais) mais próximos ao ex-presidente da República vem reforçando, desde a convocação de Jair Bolsonaro, que é essencial a ida do emedebista ao evento. Para eles, Nunes somente mostrará que é um real apoiador de Jair Bolsonaro caso esteja presente na Avenida Paulista.
Vale tudo pelo apoio?
Desde o início do ano, Nunes tem pleiteado o apoio de Bolsonaro na disputa pela prefeitura de São Paulo. Bolsonaro, por sua vez, cobrou gestos mais incisivos do prefeito em prol do ex-presidente da República.
Há apenas cerca de duas semanas, Nunes aceitou a indicação do coronel da reserva da Polícia Militar Ricardo de Mello Araújo, um dos principais aliados do ex-chefe de Poder Executivo.
Durante o Carnaval, o ex-presidente Jair Bolsonaro convocou uma passeata na avenida Paulista para defender o “Estado democrático de direito”.
Verde e amarelo
“No dia 25, às 15h, estarei na Paulista realizando um ato pacífico em defesa do nosso Estado democrático de direito”, diz Bolsonaro em vídeo divulgado na segunda última.
Vestindo a camisa da seleção, o ex-presidente pediu que todos que compareçam venham vestidos de verde e amarelo.
Ele também lançou um alerta, por medo de represália legal: “Mais do que isso não apareçam com faixa ou cartaz contra quem quer que seja”.
“Nesse evento, eu quero me defender de todas as acusações que tem sido imputadas contra a minha pessoa nos últimos meses”, afirmou Bolsonaro em referência às associações entre ele e uma tentativa de golpe de Estado após a derrota nas urnas em 2022.
“Mais do que um discurso, uma fotografia de todos vocês, porque vocês são as pessoas mais importantes desse evento para mostrarmos a nossa união e as nossas preocupações que queremos: Deus, pátria, família e liberdade”, acrescentou.
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