O corte na PF e a insatisfação dos delegados federais
Para o ano de 2025, a PF estimou que seus gastos fossem bater algo na casa dos 2,3 bilhões; foram destinados à corporação, algo em torno de 1,5 bilhão
Delegados federais demonstraram sua insatisfação com os cortes no orçamento da PF, apesar do diretor-geral Andrei Rodrigues ter dito, na semana passada, que houve aumento no valor de valores apreendidos pelo órgão durante o ano de 2024.
Para o ano de 2025, a PF estimou que seus gastos fossem bater algo na casa dos 2,3 bilhões; foram destinados à corporação, algo em torno de 1,5 bilhão. Esse é o menor orçamento desde o final do governo Jair Bolsonaro.
“É lamentável e extremamente preocupante a situação crítica enfrentada pela PF devido aos sucessivos cortes de orçamento impostos pelo governo, que estão minando gravemente o funcionamento e a capacidade operacional da instituição, resultando não apenas na redução do número de operações, mas também nas precárias condições de trabalho dos policiais federais”, disse ao jornal O Globo, o presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), Luciano Leiro.
“A instituição está sendo sucateada com cortes em itens básicos, como racionamento de energia e combustível em alguns casos, além da suspensão de diárias essenciais para a atuação dos policiais, inclusive em operações sensíveis como as forças integradas de combate às facções criminosas e em portos e aeroportos”, acrescentou ele.
PF e os alegados recordes
O diretor-geral da PF, Andrei Passos Rodrigues, afirmou na manhã de sexta-feira última que o órgão tirou de circulação, em 2024, mais de 4 bilhões de reais do crime organizado. Na lista, estão não somente recursos em dinheiro vivo, mas bens como imóveis e aeronaves.
“Este ano — o número ainda não está fechado, ainda temos hoje, inclusive, operação em andamento —, nós já apreendemos, ou seja, retiramos do crime organizado, mais de 4 bilhões de reais em bens, valores, móveis, imóveis, aeronaves, veículos, que foram efetivamente apreendidos pela Polícia Federal em suas operações e foram mais de 2,5 mil operações que nós fizemos neste ano de 2024″, disse o delegado-geral da PF.
Durante a entrevista à GloboNews, Andrei Rodrigues aproveitou o momento e fez críticas à gestão da PF durante o governo Jair Bolsonaro.
“Se comparado a 2022, antes de assumirmos a polícia, isso não chegava a R$ 700 milhões apreendidos por ano. Então, saímos de R$ 600, R$ 700 milhões para mais de R$ 4 bilhões de apreensão”, declarou ele.
“Os 27 estados têm nas suas capitais e mais cidades do interior um conjunto de atuação integrada da Polícia Federal com as polícias estaduais onde já realizamos mais de 300 operações, prendemos mais de 1 mil pessoas nesse esforço conjunto com os estados, com as polícias estaduais atuando com as polícias federais”, complementou.
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