O “coronelismo” do PT
"Muitas vezes somos vítimas nas cidades de caciquismo e coronelismo", diz o deputado Jilmar Tatto, secretário de Comunicação do PT, ao comentar pesquisa sobre o eleitorado petista
O PT encomendou uma pesquisa para entender seu eleitor. O resultado do levantamento será apresentado na quarta-feira, 24, aos candidatos a vereador pelo partido neste ano, informa a Folha de S.Paulo.
A ideia, segundo informa o jornal, é ampliar o número de vereadores do partido, identificado como o mais popular por pesquisas de opinião, mas que detém apenas 6% dos representantes legislativos municipais do país.
“As sondagens de opinião mostram que o PT é disparado o partido de maior preferência entre os brasileiros, em alguns casos chegando a 30% das menções”, disse à Folha o secretário de Comunicação da legenda, deputado Jilmar Tatto (SP).
“Caciquismo e coronelismo“
Mas o mais interessante é o que Tatto diz na sequência:
“Temos problemas de organização, linguagem e abordagem das pessoas, tanto em campo como nas redes sociais. Muitas vezes somos vítimas nas cidades de caciquismo e coronelismo. A pesquisa aborda tudo isso.”
Candidato do PT em São Paulo na eleição de 2020, Tatto foi um dos defensores mais vocais de uma candidatura com cabeça de chapa petista na capital paulista neste ano, mas a cúpula do partido decidiu por apoiar o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP, à esquerda de Lula na foto).
E a Marta?
A composição com o PSOL envolveu o incômodo retorno de Marta Suplicy (à esquerda na foto) ao PT. Uma ala do partido tentou impedir o retorno da ex-prefeita, por não perdoar as críticas que ela fez após deixá-lo.
“Acontece que Marta não respeitou o PT quando saiu do Partido, nos acusando como fez na já citada carta. Ela não respeitou o eleitorado petista, nem o povo brasileiro, quando votou pelo impeachment [de Dilma Rousseff]. Ela não respeitou o PT, nem a classe trabalhadora, quando votou nas contrarreformas de Temer. Sem falar no que Marta disse e fez nas campanhas eleitorais de 2016, 2018 e 2020, notadamente contra as candidaturas petistas que disputaram aquelas eleições”, desabafou Valter Pomar ao pedir a impugnação da filiação de Marta.
Mas quem manda é Lula (ao centro na foto), e Marta hoje compõe a chapa com Boulos que desfia a tentativa de reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB).
Como diria Jilmar Tatto, muitas vezes o PT é vítima de caciquismo e coronelismo.
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