O cachimbo de Esteves
Sim, é escandaloso que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, telefone para André Esteves (foto), do BTG, para consultá-lo sobre a taxa de juros. Particularmente, pelo fato de que o banqueiro foi delatado por Antonio Palocci por recorrer a Guido Mantega para saber antecipadamente sobre a variação da Selic...
Sim, é escandaloso que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, telefone para André Esteves (foto), do BTG, para consultá-lo sobre a taxa de juros. Particularmente, pelo fato de que o banqueiro foi delatado por Antonio Palocci por recorrer a Guido Mantega para saber antecipadamente sobre a variação da Selic.
O italiano das planilhas da Odebrecht relatou que Esteves pagou propina a Mantega como contrapartida ao recebimento de informações privilegiadas sobre o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que se reúne a cada 45 dias para decidir a taxa básica de juros.
As informações levaram à deflagração da Operação Estrela Cadente, em março do ano passado, que apurou o lucro obtido em 2011 por dois fundos — um deles administrado pelo BTG — que apostaram na queda da Selic, quando todo o mercado esperava uma alta. O inquérito, porém, foi arquivado 5 meses depois por um delegado, que disse não ter encontrado provas dos crimes.
Também é escandaloso que ministros do Supremo se consultem com alguém que tem processos tramitando na Corte, ou que o presidente da Câmara negocie, em conversas privadas com banqueiros, textos que interessam a seus interlocutores.
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