“O Brasil não é só o Amapá”, diz deputado autor de denúncia que ajudou a derrubar Canuto
Gustavo Canuto, agora ex-ministro do Desenvolvimento Regional, como mostramos ontem aqui, deixou Jair Bolsonaro particularmente irritado com as concessões feitas a Davi Alcolumbre na distribuição de emendas durante a virada do ano...
Gustavo Canuto, agora ex-ministro do Desenvolvimento Regional, como mostramos ontem aqui, deixou Jair Bolsonaro particularmente irritado com as concessões feitas a Davi Alcolumbre na distribuição de emendas durante a virada do ano.
Na primeira semana de janeiro, o deputado José Nelto (Podemos) acusou o presidente do Senado de comandar a liberação das emendas da pasta de “maneira não republicana”, como noticiou O Antagonista aqui. Ainda segundo o deputado, “houve privilégios a determinados grupos”, para atender a pleitos do DEM, partido de Alcolumbre, e do “grupinho do MDB no Senado”. Na época, Nelto ainda afirmou que “isso cheira busca pela reeleição do Davi”.
Este site deu espaço para Alcolumbre, que não respondeu à acusação. Nos bastidores, o presidente do Senado chamou Nelto para uma conversa, mas o parlamentar negou o convite. “Não tenho o que conversar com o Alcolumbre.”
O Ministério do Desenvolvimento Regional, ainda com Canuto no comando, quase 20 dias depois de provocado por O Antagonista, não rebateu as acusações e informou apenas isto: “A articulação política do Governo Federal é realizada pela Secretaria de Governo da Presidência da República. O Ministério do Desenvolvimento Regional executou demandas autorizadas pela SeGov. Os critérios e detalhamento devem ser verificados diretamente com a Pasta responsável”.
Como também já mostramos aqui, a Secretaria de Governo, comandada por Luiz Eduardo Ramos, disse, igualmente, não ter o controle dessas emendas.
Com a queda do ministro Canuto, o deputado José Nelto afirmou esperar que “a distribuição dos recursos públicos passe a ser feita para todos os estados”.
Ele completou, alfinetando Alcolumbre:
“O Brasil não é só o Amapá. O governo não pode entregar o orçamento somente para o estado do presidente do Senado. Muitos outros senadores e deputados também têm demandas em seus estados e municípios. Não poderia um ministro servir apenas a grupos políticos. Ter deixado um presidente do Senado comandar toda a verba que tinha lá foi uma estupidez. Não responderam nada sobre as acusações porque sabem que é verdade. O grande mal do nosso país é que algumas mentes ainda continuam querendo priorizar determinados estados e grupos políticos.”
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