O Brasil não é para principiantes
O Podemos fracassou em sua ambição de construir um projeto nacional por vários motivos, dentre eles a falta de estrutura nos estados, nenhuma experiência em campanha presidencial e visão limitada de alguns de seus principais caciques. Pode-se dizer que a sigla ainda sofre com vícios de sua origem nos nanicos PTN e PHS...
O Podemos fracassou em sua ambição de construir um projeto nacional por vários motivos, dentre eles a falta de estrutura nos estados, nenhuma experiência em campanha presidencial e visão limitada de alguns de seus principais caciques. Pode-se dizer que a sigla ainda sofre com vícios de sua origem nos nanicos PTN e PHS.
O Antagonista apontou por diversas vezes tais fragilidades desde a filiação, mas Sergio Moro insistiu no compromisso feito com Alvaro Dias e Renata Abreu. Honrou sua palavra até perceber que a legenda tinha outras prioridades — a disputa presidencial não é uma delas.
Como na política não há vácuo de poder e prevalece a lei do mais forte — com perdão dos clichês –, a União Brasil percebeu cedo que a pré-campanha morista via Podemos não deslancharia e passou a assediar o presidenciável e seu entorno.
As conversas demoraram para evoluir e ainda estão em desenvolvimento, mas o cronograma eleitoral se impôs, com o encerramento da janela partidária amanhã. Como publicamos mais cedo, Moro decidiu migrar e anunciará sua filiação à União nas próximas horas.
Antes dele, vimos a turma do MBL trocar o Podemos pela legenda de Luciano Bivar e Antonio Rueda, que também roubaram de Renata o senador Reguffe (DF) na disputa pelo governo distrital contra Ibaneis Rocha (MDB).
Outras articulações estão em curso. Datena foi convencido a se filiar ao partido para tentar o Senado, mas seu nome também é cotado para disputar o governo de SP, caso Rodrigo Garcia desista ante a permanência de João Doria.
No Rio, a legenda confirmou Anthony Garotinho, barrando qualquer candidatura do Podemos e ainda tumultuando a disputa entre Claudio Castro (PL) e Marcelo Freixo (PSB). O mesmo em Goiás e Santa Catarina.
Ao todo, o partido, com seu R$ 1 bilhão de fundo eleitoral, conseguiu fagocitar o Podemos e desmontar diferentes palanques concorrentes, garantindo ao menos 14 candidaturas a governos estaduais, fundamentais para o palanque presidencial.
Em alguns dos estados, porém, ainda não há consenso sobre alianças nacionais, como no caso da Bahia, onde ACM Neto flerta com Lula. O comando da União espera que, com uma candidatura única consolidada no Centro Democrático, esses acordos possam ser refeitos.
Para finalizar com mais um clichê, o jogo só acaba quando termina.
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