O banqueiro de Lula
A Crusoé, em outubro do ano passado, revelou o anexo de Antonio Palocci sobre André Esteves, que é alvo da Lava Jato nesta sexta-feira...
A Crusoé, em outubro do ano passado, revelou o anexo de Antonio Palocci sobre André Esteves, que é alvo da Lava Jato nesta sexta-feira.
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Quando o juiz Sergio Moro levantou o sigilo de parte da delação de Antonio Palocci, na última segunda-feira, a grita veio rápido. O roteiro já manjado tenta, mais uma vez, emplacar a narrativa de que o ex-presidente Lula é vítima de perseguição. Palocci, ex-ministro dos governos do PT, falou — e falou muito — sobre a origem do maior esquema de corrupção do país. O contra-ataque foi imediato. Moro foi acusado de tentar prejudicar deliberadamente o partido nas eleições. Palocci, preso há dois anos, foi tachado de mentiroso. É mais um capítulo no cabo de guerra petista contra delatores e investigadores. Mas, por trás da fumaça, há mais explosões por vir (…).
Se os trechos conhecidos da delação provocaram a ira dos petistas, os que ainda estão protegidos por sigilo têm potencial para provocar uma reação ainda mais virulenta. Em um deles, Palocci diz que Lula tinha um banqueiro para chamar de seu. Segundo o ex-ministro, André Esteves, controlador do banco BTG, atuou em operações cujo objetivo, ao fim e ao cabo, era abastecer os cofres do PT. Em uma das passagens do depoimento que prestou sobre o assunto, Palocci vai ainda mais além: afirma que Esteves participou, inclusive, de operações que beneficiaram pessoalmente o ex-presidente.
Na condição de delator, Palocci precisa fornecer provas ou ao menos dar aos investigadores os caminhos que permitam comprovar o que ele diz. Segundo fontes próximas da investigação, as frentes abertas a partir da colaboração do ex-ministro têm avançado – e avançado muito bem. Há equipes destacadas para trabalhar exclusivamente na coleta de elementos que possam ser somados aos relatos. A parte relativa à tríade Lula-PT-André Esteves é uma das que vêm sendo tratadas com prioridade. Nessa frente, os investigadores têm cruzado informações obtidas em outras etapas da Lava Jato que, de alguma forma, se relacionam com os fatos narrados pelo ex-ministro.
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