O ano em que Dilma quase foi presa
As delações de Antonio Palocci levaram a Lava Jato a aproximar-se de Dilma Rousseff e de pessoas de seu núcleo político neste ano. Batizada de Pentiti, a 64ª fase da Lava Jato motivou em agosto...
As delações de Antonio Palocci levaram a Lava Jato a aproximar-se de Dilma Rousseff e de pessoas de seu núcleo político neste ano.
Batizada de Pentiti, a 64ª fase da Lava Jato motivou em agosto buscas na casa da ex-presidente da Petrobras Graça Foster, nomeada em 2012 por Dilma, e também mirou Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda.
Já a 65ª etapa, deflagrada menos de um mês depois, levou à prisão de Márcio Lobão (solto depois). Ele é filho do ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão, que foi encarregado por Dilma de tocar a obra de Belo Monte.
Palocci ainda implicou a ex-presidente em vários outros esquemas.
O ex-ministro relatou que a venda de blocos de exploração de petróleo na África ao banco BTG, de André Esteves, teve preço abaixo da avaliação inicial, o que favoreceu o banqueiro.
A contrapartida do acordo, segundo Palocci, seriam contribuições à campanha de Dilma em 2014.
O delator também relatou um encontro na residência oficial da presidência da República em que o ex-ministro Márcio Thomaz Bastos teria dito que a Camargo Corrêa iria doar R$ 50 milhões para a campanha da petista, em 2010, em troca da ajuda do governo para enterrar a Castelo de Areia no STJ.
A ajuda do governo seria fomentar a indicação do então presidente do STJ, Cesar Asfor Rocha, para uma vaga no STF.
A operação foi anulada em abril de 2011, mas como a indicação de Rocha ao Supremo acabou não se concretizando, a Camargo Corrêa teria pagado R$ 5 milhões a Palocci, na época ministro de Dilma.
Em 5 de novembro, a petista foi intimada a prestar esclarecimentos sobre a propina da JBS para o PMDB, na campanha de 2014. Nesse dia, quase foi presa.
Descobriu-se mais tarde que a Polícia Federal chegou a pedir a prisão da ex-presidente, de Mantega, de Eunício Oliveira e mais outras sete pessoas suspeitas de envolvimento na suposta compra de apoio político à aliança entre o PT e o PMDB nas eleições presidenciais de 2014.
O pedido teve parecer contrário da PGR e foi rejeitado pelo ministro Edson Fachin, relator do caso no STF.
Dilma Rousseff sentiu a pressão da Lava Jato e temeu ser presa.
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