O agro do Rio Grande do Sul ainda não viu o ministro Carlos Fávaro
Produtores da região alegam que a falta de interlocução com governo federal tem dificultado as ações de retomada do setor afetado pelas chuvas
Completando um mês desde o início das chuvas que devastaram o Rio Grande do Sul, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, ainda não visitou o estado. Produtores da região alegam que a falta de interlocução com governo federal tem dificultado as ações de retomada do setor.
Presidente da Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (ALRS), o deputado Luciano Silveira (MDB), cobrou que o ministro visite o estado para discutir as reais necessidades do setor neste momento.
“Apesar da demora, a vinda do ministro Fávaro ao Rio Grande do Sul é um gesto importante, mas que precisa estar acompanhada de um conjunto de soluções efetivas ao nosso Estado. Cobrei a sua vinda, pois a situação é calamitosa. A grande maioria dos nossos produtores não tem como honrar o crédito, pois perdeu toda a sua fonte. Precisam de fôlego, programas de subsídios e condições de renegociação com maior tempo e prazo de carência”, disse o deputado estadual.
Produtores questionam, por exemplo, a decisão do governo de importar 1 milhão de toneladas de arroz. O estado do Rio Grande do Sul é responsável pela produção de 70% do grão do Brasil.
“O agronegócio representa 40% da economia do Rio Grande do Sul e movimenta todas as regiões atingidas. Temos sofrido a ameaça do arroz importado, em um momento que nós já tínhamos realizado mais de 90% da colheita e temos o produto em estoque”, completou Silveira.
Ainda no começo de maio, ao divulgar a compra pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Fávaro afirmou que a medida tinha como objetivo “evitar a especulação” e estabilizar o preço do grão após as enchentes. Nesta semana, o governo decidiu adiar a compra de cerca de 100 mil toneladas de arroz do Mercosul, depois que o bloco elevou em até 30% o preço do cereal.
“Os fornecedores privados do Mercosul subiram 30% o preço do arroz aos simples anúncio de que o governo ia comprar 100 mil toneladas. É querer fazer riqueza na tristeza e na desgraça. O inferno fica pequeno, não vai caber tanta gente querendo fazer maldade”, disse Fávaro durante audiência na Câmara dos Deputados.
O Antagonista procurou o Ministério da Agricultura para questionar se existe a previsão de visita do ministro Carlos Fávaro ao estado gaúcho e quais medidas foram tomadas pela pasta em relação ao setor afetado pelas chuvas. No entanto, não obtivemos resposta.
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