Número de candidatos cai pela primeira vez em 16 anos
Dados do TSE mostram que as eleições municipais de 2024 registraram uma queda no número de candidaturas em comparação com 2020
O Brasil registrou uma redução histórica no número de candidaturas para as eleições municipais de 2024, conforme dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Com mais de 450 mil candidatos inscritos para disputar os cargos de prefeito e vereador, houve uma queda de aproximadamente 100 mil candidaturas em comparação com as eleições de 2020. Esta é a primeira vez em 16 anos que o número de candidatos apresenta declínio, refletindo mudanças no cenário político nacional, registrou reportagem do O Globo.
O prazo para o registro de candidaturas terminou às 19h da última quinta-feira, e, embora ainda possam ocorrer atualizações nos números devido a ajustes no sistema do TSE, a tendência de queda já é clara.
O MDB (Movimento Democrático Brasileiro) segue como o partido com o maior número de candidatos, posição que mantém consistentemente em eleições municipais há mais de duas décadas.
Perfil dos candidatos
No que diz respeito ao perfil dos candidatos, a distribuição de gênero permanece inalterada em relação a 2020, com 66% dos candidatos sendo homens e 34% mulheres.
No quesito racial, continua o aumento da representatividade negra, com candidatos pretos e pardos superando os brancos pela terceira eleição consecutiva. Este aumento de diversidade é um reflexo das mudanças sociais e políticas no país, especialmente após o pleito federal de 2022.
As eleições de 2024 também trouxeram uma novidade: pela primeira vez, candidatos puderam declarar sua orientação sexual ao registrar suas candidaturas. De acordo com o TSE, 68% dos candidatos preferiram não informar sua orientação sexual.
Entre os que optaram por divulgar, a maioria (98,2%) se identificou como heterossexual. O restante dos candidatos se dividiu entre gays, lésbicas, bissexuais, assexuais, panssexuais e outras orientações.
Candidaturas por partidos
No campo partidário, o MDB manteve sua liderança histórica, seguido por partidos tradicionais como PP, PSD e União Brasil, todos com base na centro-direita e direita.
Uma das mudanças mais notáveis foi no Partido Liberal (PL), que viu um aumento de 23% no número de candidatos em relação a 2020. Este crescimento é atribuído à filiação do ex-presidente Jair Bolsonaro em 2021, que trouxe consigo uma base eleitoral significativa, especialmente em São Paulo, Minas Gerais e nos estados do Sul do Brasil. No entanto, o partido não conseguiu repetir esse sucesso no Rio de Janeiro, estado natal político de Bolsonaro.
Por outro lado, o Partido dos Trabalhadores (PT) registrou uma leve queda de 8% no número de candidaturas em comparação com 2020, ocupando a sétima posição geral em 2024.
Outro destaque foi o PSDB, que sofreu um dos recuos mais significativos. O partido, que já enfrentava um declínio em sua influência política, viu o número de candidaturas despencar 35,4%, passando de 33.261 em 2020 para 21.466 em 2024. Este declínio reflete a crise interna do partido, que enfrenta desafios para se manter relevante, até mesmo em seus antigos redutos eleitorais, como o estado de São Paulo.
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