Novo pede investigação por formação de quadrilha pela Vaza Toga
O partido apresentou uma notícia-crime à Procuradoria-Geral da República, de Paulo Gonet
O partido Novo apresentou uma notícia-crime à Procuradoria-Geral da República (PGR), solicitando uma investigação sobre o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e seus assessores Airton Vieira e Eduardo Tagliaferro por falsidade ideológica e formação de quadrilha.
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As acusações estão relacionadas aos abusos explicitados pela Vaza Toga, forma como O Antagonista decidiu batizar o escândalo sobre o uso “fora do rito” do TSE pelo gabinete de Moraes para avançar o inquérito das fake news no STF.
“Trata-se de inserção de informação falsa para alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, evitar o impedimento ou a suspeição evidente de Alexandre de Moraes de funcionar como ministro relator dos inquéritos das fake news”, diz o pedido de queixa-crime do Novo.
“As mensagens vazadas comprovam que o país deixou de ser uma democracia liberal em que direitos são respeitados. À medida que abusos se acumulam, é forçoso concluir que o Brasil vive sob a sombra da atividade autoritária de Alexandre de Moraes, um Supremo inquisidor”, acrescentou o procurador Jonathan Mariano, um dos responsáveis por redigir a peça encaminhada ao procurador-geral da República, Paulo Gonet.
Impeachment de Moraes
No X, o presidente do Novo, Eduardo Ribeiro, disse esperar que o Senado abra um processo de impeachment para o ministro Alexandre Moraes.
“Apresentamos à Procuradoria-Geral da República uma notícia-crime contra Alexandre de Moraes, Airton Vieira e Eduardo Tagliaferro por falsidade ideológica e associação criminosa.
E esperamos que o Senado Federal cumpra seu papel constitucional e abra o processo de impeachment”, escreveu.
“Se depender de nós do time do Novo, esse caso não vai acabar em pizza!”, acrescentou o ex-procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol.
A Vaza Toga
Mensagens de texto de assessores de Moraes indicam o uso “fora do rito” do TSE para avançar o inquérito das fake news no STF, diz reportagem da Folha de S. Paulo, publicada em 13 de agosto.
Segundo o jornal, o setor de combate à desinformação do TSE forneceu material ao gabinete de Moraes no STF.
“As mensagens revelam um fluxo fora do rito envolvendo os dois tribunais, tendo o órgão de combate à desinformação do TSE sido utilizado para investigar e abastecer um inquérito de outro tribunal, o STF, em assuntos relacionados ou não com a eleição daquele ano”, diz o jornal.
As trocas de informação ocorriam pelo aplicativo de mensagens WhatsApp.
De acordo com a reportagem, o “maior volume de mensagens com pedidos informais” envolveu o então chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE, Eduardo Tagliaferro, e o “assessor mais próximo de Moraes no STF”, o juiz instrutor Airton Vieira.
“As mensagens mostram que Airton Vieira (STF) pedia informalmente via WhatsApp ao funcionário do TSE relatórios específicos contra aliados de Jair Bolsonaro (PL). Esses documentos eram enviados da Justiça Eleitoral para o inquérito das fake news, no STF.”
O jornal afirma ter acesso a mais de 6 gigabytes de mensagens e arquivos de assessores de Moraes, incluindo Vieira, que é o primeiro auxiliar do gabinete do ministro no Supremo.
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