Jair Bolsonaro tem até esta quarta-feira, 27, para explicar formalmente sua estadia de dois dias na embaixada da Hungria em fevereiro. Uma estadia da qual nem seus filhos sabiam, a julgar pelo que disse o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ, foto) a O Globo.

“Não sabia, não. Tomei ciência ontem [segunda-feira, 25], minutos antes da reportagem”, disse o senador, em referência à matéria do The New York Times que detalhou a visita do ex-presidente à sede da representação estrangeira em Brasília.

O Globo diz ainda que “Bolsonaro manteve sigilo sobre sua estadia na embaixada até de assessores próximos, que tomaram conhecimento do fato apenas com a publicação da reportagem”.

Investigação

Após a divulgação de gravações de câmeras de segurança, a Polícia Federal abriu investigação para apurar quais eram as intenções do de Bolsonaro e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes deu 48 horas para o ex-presidente prestar seus esclarecimentos.

Na manifestação que deve entregar hoje, a defesa de Bolsonaro pretende reafirmar que o ex-presidente discutiu assuntos políticos e que a visita foi idealizada pelos integrantes do governo da Hungria.

Bolsonaro falou publicamente sobre a questão na noite de segunda-feira, quando participou de homenagem à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro no Teatro Municipal de São Paulo.

“Não há crime nenhum“

Questionado por jornalista, ele disse o seguinte:

“Eu não vou te responder porque tem muita senhora aqui. Não há crime nenhum [n[isso. Porventura dormir na embaixada, conversar com embaixador, tem algum crime nisso? Tenha santa paciência, chega de perseguir, pessoal. Quer perguntar da baleia? Vamos falar da Marielle Franco. Eu passei seis anos sendo acusado de ter matado a Marielle Franco. Acabou o assunto agora? Vamos falar dos móveis do Alvorada?”.

Durante eu discurso na cerimônia, o ex-presidente disse que “tem certas coisas [a] que você só dá valor depois que perde”, e citou: “água do poço, um grande amor, a nossa liberdade”.