“Não estou conseguindo vender”, disse Cid sobre esculturas de latão
As conversas reveladas pela Polícia Federal entre o tenente-coronel Mauro Cid e o coronel Marcelo Câmara mostram que o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro tentou vender duas...
As conversas reveladas pela Polícia Federal entre o tenente-coronel Mauro Cid e o coronel Marcelo Câmara mostram que o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro tentou vender duas esculturas douradas presenteadas ao governo do Brasil. O negócio acabou frustado, porque os itens — uma árvore e um barco — seriam feitos de latão, e não de ouro, como pensavam.
“(…) Aquelas duas peças que eu trouxe do Brasil: aquele navio e aquela árvore; elas não são de ouro. Elas têm partes de ouro, mas não são todas de ouro (…) Então eu não estou conseguindo vender“, diz trecho da transcrição da conversa entre Mauro Cid e Câmara, que embasam a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizando a Operação Lucas 12:2.
Os itens, levados para os Estados Unidos no avião presidencial no dia 30 de dezembro, foram encaminhados para vários estabelecimentos especializados em solo americano, para avaliação e tentativa de venda.
Em nova conversa, no dia 1º de março, Cid explicou a Câmara por que Jair Bolsonaro não pegou as esculturas de volta quando se encontrou com o general Lourena Cid, pai de Mauro Cid, em Miami.
“Não. Ele não pegou porque não valia nada. Então tem (…) tem aqueles dois maiores: não valem nada. É, é… não é nem banhado, é latão. Então meu pai vai, vai levar pro Brasil na mudança (…)”.
As investigações apontam que as esculturas foram desviadas do Brasil para os Estados Unidos, em uma mala
transportada no avião presidencial, e que Mauro Cid, com seu pai, general Lourena Cid, e os assessores do então presidente Osmar Crivelatti e Marcelo Câmara tentaram vender as obras para incorporar o valor da venda ao patrimônio pessoal de Jair Bolsonaro.
A Polícia Federal diz, entre outras coisas, que Mauro Cid e o advogado Frederick Wassef recompraram joias já vendidas para devolver ao Tribunal de Contas da União (TCU).
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