Não é fácil a vida de juiz no Brasil (segundo os próprios juízes)
A maioria dos juízes brasileiros não está satisfeita, indica o relatório parcial do 2º Censo do Poder Judiciário, divulgado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A pesquisa ouviu...
A maioria dos juízes brasileiros não está satisfeita, indica o relatório parcial do 2º Censo do Poder Judiciário, divulgado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A pesquisa ouviu 6,1 mil magistrados (34% do total) e indica uma piora na satisfação com a carreira.
“Passados dez anos do último Censo, é possível verificar que os(as) magistrados(as) estão menos satisfeitos(as) com a carreira da magistratura”, constata o relatório. “Em 2013, quando expostos(as) à questão ‘Estou satisfeito com a minha escolha profissional de ser magistrado’, 58% dos(as) magistrados concordavam totalmente com a afirmação e 34% concordavam, apenas 9% discordavam ou discordavam totalmente. No Censo de 2023, 40,6% dos(as) respondentes estão satisfeitos(as) com a magistratura; 12,2%, muito satisfeitos(as) 31%, insatisfeitos(as) e 16,2%, muito insatisfeitos(as)”, registra o documento.
Outras questões detalham os incômodos dos juízes brasileiros: 79,7% acham que estão trabalhando demais e 73,9% consideram que a remuneração que recebem não está adequada à carga de serviço. O Estadão chama atenção hoje para o fato de que um magistrado custa, em média, R$ 68 mil aos cofres públicos por mês. O valor está acima do teto constitucional, fixado atualmente em R$ 41 mil, e faz do Judiciário brasileiro o mais caro do mundo.
Apesar de receber muito acima da média de renda do país, os juízes brasileiros se dizem estressado (58,5%), ansiosos (56,2%) e com esgotamento emocional (34,1%) e físico (28,9%). Como consequência, caiu entre eles o apoio às instituição de metas de produtividade. Hoje, 50,7% deles concordam com a adoção de metas de produtividade. Dez anos atrás, eram 59%.
Perfil
O Censo do Poder Judiciário, cuja coleta de dados que ainda não foi finalizada, indica ainda o perfil majoritário entre os magistrados. Dos 6,1 mil que responderam às questões, 96,4% se disseram heterossexuais e cisgêneros (identidade de gênero e sexo biológico são iguais). Os homens representam 59,6% do grupo, enquanto as mulheres são 40,1% (0,3% preferiu não informar). No corte racial, 82,7% se disseram brancos, 13,6% se autodeclaram pardos e 1,4%, negros; 1,3% se disseram amarelos e 0,3%, indígenas.
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