“Não deve ser um palanque político”, diz Lira sobre CPI da Braskem
A CPI da Braskem, instalada pelo Senado, ampliou as disputas entre os grupos políticos de Lira e de Renan Calheiros em Alagoas...
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), cobrou nesta quinta-feira, 14, que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem faça um “trabalho técnico e que não seja usada como palanque político”. O colegiado foi instalado nesta semana pelo Senado e vai investigar o afundamento do solo em Maceió.
“Confio que a CPI criada pelo Senado para investigar os problemas da exploração de sal-gema em Maceió pela Braskem fará um trabalho técnico meticuloso e profundo e de apuração de responsabilidades. O povo de Maceió não pode ser prejudicado”, disse Lira.
Como noticiamos, o senador Omar Aziz (PSD-AM) foi escolhido como presidente e o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) foi indicado como vice-presidente da CPI. A disputa, no entanto, está sobre quem será o relator do colegiado.
O posto é pleiteado pelo senador Renan Calheiros (MDB), adversário de Lira em Alagoas. Outros senadores, no entanto, rejeitam a hipótese de que um integrante da bancada alagoana assuma a relatoria. Além de Calheiros, Rodrigo Cunha (Podemos) e Fernando Farias (MDB), também participarão da CPI da Braskem.
“O compromisso público do presidente da CPI, senador Omar Aziz, é nesse sentido. Portanto esta CPI não deve ser um palanque político. E sim uma chance de Maceió e seus moradores buscarem reparação”, completou Lira.
[+] O compromisso público do presidente da CPI, senador Omar Aziz, é nesse sentido.
Portanto esta CPI não deve ser um palanque político. E sim uma chance de Maceió e seus moradores buscarem reparação.— Arthur Lira (@ArthurLira_) December 14, 2023
O que está por trás da CPI da Braskem?
O risco de desabamento de uma das minas da Braskem em Maceió ampliou as disputas entre grupos políticos do estado. O presidente Lula (PT) articulou para que o colegiado não fosse instalado, com a justificativa de que a CPI poderia nacionalizar a crise na regional.
Apesar disso, Calheiros conseguiu a indicações dos líderes partidários para que a instalação fosse concretizada. Entre outros pontos, o senador pretende investigar a aquisição do Hospital do Coração pelo prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC, no valor de 266 milhões de reais. O prefeito é aliado de Lira é deverá ser ouvido pela CPI.
Renan argumenta que a transação, feita após pagamento de indenização da Brasken por um desastre ambiental provocado pela empresa no início do ano, foi ilegal. O caso também é alvo de investigação pelo Tribunal de Contas de Alagoas.
Por outro lado, aliados de Lira argumentam que Calheiros tem interesses eleitoreiros. O senador pretende lançar o deputado federal Rafael Brito (MDB) para disputar a prefeitura de Alagoas no ano que vem. JHC deve disputar a eleição e, caso consiga manter-se no cargo, ele deve apoiar Lira para disputar uma das vagas no Senado. Justamente a de Renan Calheiros.
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