Eduardo Leite (PSDB), governador do Rio Grande do Sul, assumiu ontem que é gay.

O tucano Arthur Virgílio Neto, ex-senador e ex-prefeito de Manaus — e que deve disputar as prévias do PSDB em novembro ao lado de Leite, João Doria e Tasso Jereissati –, disse a O Antagonista que a repercussão da declaração do colega “mostra um certo atraso do país”.

“Ele é gay e isso é problema dele, não meu. Como eu sou hétero e isso é problema meu, não dele. O que interessa é saber o que a gente é capaz de fazer pelo país, o que ele é capaz de fazer e o que está fazendo no Rio Grande do Sul, inclusive enfrentando duramente a questão fiscal, os privilégios. É isso que interessa.”

Virgílio acrescentou:

“Se ele fosse hétero e fosse um governador bom, como é, ele teria igualmente meu respeito. Eu quero dizer que a declaração do Eduardo aumenta a minha admiração por ele: ele não precisava dizer que é gay, mas disse. Agora, não acho que devamos travar um debate nacional sobre a sexualidade do Eduardo. A gente pode travar um debate sobre a qualidade do governo dele. Não sou da Idade Média, não sou da Inquisição, não sou Torquemada, não estou aqui para discutir isso. Volto a dizer: ele é gay, eu sou hétero. E nós nos damos muito bem, com respeito mútuo.”