MTST aparece para tumultuar na crise das enchentes do RS
O Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto invadiu o antigo prédio do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no centro histórico de Porto Alegre
Em meio a mais de 2,3 milhões de pessoas afetadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul, das quais 422 mil estão desalojadas, o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) invadiu o antigo prédio do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no centro histórico de Porto Alegre.
Com 25 andares, o prédio, que não abriga mais operações de atendimento presencial do INSS, teve o térreo inundado pela cheia do lago Guaíba.
Na terça-feira, 11, representantes do movimento social e do instituto estiveram reunidos para discutir a invasão, registrou a Folha de S.Paulo.
Segundo a assessoria do órgão, o objetivo era “deixar claro e transparente a nossa preocupação com a segurança das pessoas, tendo visto situação atual do prédio”.
“Vamos aguardar os próximos passos, porque envolve outras instituições como SPU (Superintendência do Patrimônio da União no Rio Grande do Sul), Ministério das Cidades e Ministério da Reconstrução”, diz o INSS.
O que o MTST deseja com a invasão?
O MTST reclama da iniciativa da prefeitura de Porto Alegre e do governo do Rio Grande do Sul de construir “cidades provisórias” para as vítimas das enchentes.
Em comunicado, a coordenadora nacional do movimento, Cláudia Ávila, afirmou ter ocupado o prédio para “demonstrar que a adaptação desses imóveis para moradia popular é possível”.
“O MTST, assim como demais organizações políticas da classe trabalhadora, demonstraram potencial de organização coletiva que foi fundamental para as ações de resgate, alimentação e acolhimento de diferentes demandas da população em tempos de eventos climáticos extremos”, acrescentou.
Cidades provisórias
O governo do Rio Grande do Sul iniciou um projeto a construção de “cidades provisórias” em quatro municípios que abarcam mais de 65% da população desabrigada.
Essas áreas temporárias devem fornecer refúgio aos desalojados enquanto medidas de longo prazo estão sendo planejadas.
Cada cidade provisória será equipada com cômodos individuais para famílias, banheiros com chuveiros, cozinhas, lavanderias e áreas destinadas para crianças e animais de estimação. Esta infraestrutura visa respeitar a privacidade e as necessidades básicas dos desabrigados durante sua permanência temporária.
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