MST perde paciência com Lula e retoma invasões
O movimento invadiu uma fazenda localizada no município de Lagoa Santa, na região metropolitana de Belo Horizonte
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) perdeu a paciência com o governo Lula (PT) e retomou as invasões de terra nesta sexta-feira, 8.
Segundo O Globo, o movimento liderado por João Pedro Stédile invadiu uma fazenda localizada no município de Lagoa Santa, na região metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais.
Esta é a primeira invasão realizada pelo MST em 2024.
Ameaças
A ação ocorre dois dias após o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), ter criticado o governo Lula na tribuna da Câmara dos Deputados pela demora em efetuar políticas de reforma agrária.
“Do jeito que está, a minha preocupação é que os movimentos sociais voltem a fazer ocupações de terra. E fazendo as ocupações de terra, não vai caber nem a esta Casa, nem ao governo criticá-lo, porque já se passou mais de um ano na expectativa e na espera da reforma agrária, dos assentamentos, dos investimentos. E ainda não temos nada”, afirmou o petista.
“É preciso que o governo Lula dê devida atenção à resolução da questão da reforma agrária, que é fundamental para as pessoas que estão debaixo da lona preta, a fim de desapropriar terras e liberar crédito”, acrescentou o deputado.
2023, o pior ano para o MST
Aliado de Lula, João Pedro Stédile classificou 2023 como “o pior ano de todos os 40 anos do MST” em termos de famílias assentadas. Mas atribuiu a culpa aos governo de Jair Bolsonaro e Michel Temer.
“Faltaram recursos, porque o orçamento era do governo passado, e de certa forma o Estado brasileiro, com o desmonte que houve nos seis anos de governos fascistas, impediu que agora a máquina se voltasse para as necessidades dos trabalhadores”, disse o líder do MST em mensagem de Natal.
O MST retomou em 2023 as invasões de propriedade que rarearam durante os anos do governo Bolsonaro. Foram tantas no início do ano que a Câmara dos Deputados instalou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o movimento.
A CPI acabou sem a aprovação do relatório final de Ricardo Salles (PL-SP), que pedia o indiciamento de 11 pessoas, após intervenção do governo Lula para inverter a relação de forças no colegiado.
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