MPF pede que Justiça condene Bolsonaro e Wal do Açaí por improbidade
O Ministério Público Federal enviou à 6ª Vara Federal do Distrito Federal uma ação de improbidade administrativa envolvendo Jair Bolsonaro e a ex-secretária parlamentar Walderice Santos da Conceição (foto), conhecida como “Wal do açaí”, acusada de ter sido funcionária fantasma de Bolsonaro na Câmara...
O Ministério Público Federal enviou à 6ª Vara Federal do Distrito Federal uma ação de improbidade administrativa envolvendo Jair Bolsonaro e a ex-secretária parlamentar Walderice Santos da Conceição (foto), conhecida como “Wal do açaí”, acusada de ter sido funcionária fantasma de Bolsonaro na Câmara.
A ação pede que os dois sejam condenados pela prática de improbidade administrativa, além do ressarcimento dos recursos públicos indevidamente desviados.
Wal foi indicada pelo então deputado federal Jair Bolsonaro em fevereiro de 2003 para ocupar o cargo em seu gabinete em Brasília, onde permaneceu lotada até agosto de 2018, quando foi exonerada, após o caso ser divulgado na imprensa.
A investigação revelou que, durante esses mais de 15 anos, ela nunca esteve em Brasília, não exerceu qualquer função relacionada ao cargo e ainda prestava, juntamente com seu companheiro, Edenilson Nogueira Garcia, serviços de natureza particular para Bolsonaro, em especial nos cuidados com a casa e com os cachorros de Bolsonaro na Vila Histórica de Mambucaba. Além do mais, apesar de expressa vedação, Walderice cuidava de uma loja de açaí na região.
De acordo com o MPF, a análise das contas bancárias de Walderice revelou, ainda, uma movimentação atípica, já que 83,77% da remuneração recebida nesse período foi sacada em espécie, sendo que, em alguns anos, esses percentuais de saques superaram 95% dos rendimentos recebidos.
O MPF aponta, também, que Jair Bolsonaro tinha pleno conhecimento de que Walderice não prestava os serviços correspondentes ao cargo e, mesmo assim, atestou falsamente a frequência dela ao trabalho em seu gabinete para comprovar a jornada laboral exigida pela Câmara, de 40 horas semanais, e, assim, possibilitar o pagamento dos salários.
“As condutas dos requeridos e, em especial, a do ex-deputado federal e atual presidente da República Jair Bolsonaro, desvirtuaram-se demasiadamente do que se espera de um agente público. No exercício de mandato parlamentar, não só traiu a confiança de seus eleitores, como violou o decoro parlamentar, ao desviar verbas públicas destinadas a remunerar o pessoal de apoio ao seu gabinete e à atividade parlamentar”, afirmou o MPF.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)