MPF investiga ‘cooperativa indígena’ criada com ajuda de Sérgio Reis
O Ministério Público Federal (MPF) no Pará investiga a atuação de uma cooperativa criada em 2019 com ajuda do ex-deputado federal Sérgio Reis e do ex-madeireiro João Gesse, para a exploração mineral na Terra Indígena Kaiapó, no Pará. A informação do Globo foi confirmada por O Antagonista...
O Ministério Público Federal (MPF) no Pará investiga a atuação de uma cooperativa criada em 2019 com ajuda do ex-deputado federal Sérgio Reis e do ex-madeireiro João Gesse, para a exploração mineral na Terra Indígena Kaiapó, no Pará. A informação do Globo foi confirmada por O Antagonista.
Batizada de Cooperativa Kaiapó e sediada em Tucumã, no Sul do Pará, a entidade repete modelo que se espalhou pelo país na carona do projeto de lei 191, que Jair Bolsonaro propôs ao Congresso para regulamentação da mineração em terras indígenas.
O PL garante a exploração sem o aval das comunidades e diz que “compete ao presidente da República encaminhar ao Congresso pedido de autorização” para a atividade.
Segundo estatuto, a Cooperativa Kaiapó se destina à “extração, produção, comercialização agroindustrial, florestal, mineral, de recursos hídricos e de crédito de carbono”.
De acordo com a Confederação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Reis e Gesse são os responsáveis pela entidade. Os dois negam, mas acompanharam caciques da região numa audiência com Jair Bolsonaro, em março.
Ao final do encontro, o presidente gravou um vídeo a pedido do cantor, que dias atrás ecoou os ataques do presidente ao STF e convocou uma paralisação nacional.
“Nossos irmãos indígenas querem e têm o direito de serem tratados como nós e mais ainda, que suas terras sejam usadas para o bem deles e do Brasil, por exemplo para a agricultura, pecuária, exploração mineral, recursos hídricos.”
Ao Globo, ele diz que foi a Brasília com os caciques para que o Bolsonaro oficializasse o garimpo, mas garante que não vai ganhar nada. “O governo não vê um tostão do ouro que sai de lá. Sai toneladas. Então, com a cooperativa, o índio tira, pode ser garimpeiro, faz o que tem que fazer, ganha seu dinheiro e o governo recebe a sua parte. É uma coisa bem legal.”
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