MP quer ouvir Paes em processo sobre deputada ‘madrinha’ de milícia
Lucinha e sua ex-assessora parlamentar Ariane Afonso Lima são acusadas de favorecerem uma das maiores milícias do Rio de Janeiro
O Ministério Público do Rio de Janeiro pediu que o prefeito Eduardo Paes (PSD) seja ouvido como testemunha no processo que investiga a deputada estadual Lucia Helena Pinto de Barros (PSD), a Lucinha, acusada de favorecer uma das maiores milícias do estado. As informações são do G1.
A parlamentar e sua ex-assessora Ariane Afonso Lima são acusadas de envolvimento com a milícia conhecida como “Bonde do Zinho”, “Tropa do Z” ou “Família Braga”, chefiada por Luis Antonio da Silva Braga, o Zinho.
Por meio de mensagens trocadas entre Lucinha e um membro influente da milícia conhecido como Dom a investigação descobriu que a parlamentar buscou manter aberta uma “brecha” jurídica que facilitaria a circulação de vans controladas pela milícia.
A atuação da milícia não se restringia apenas ao controle territorial, mas também infiltrava-se em níveis políticos e administrativos.
De acordo com o MP, Paes foi ouvido pela Polícia Federal e confirmou que participou de encontros com Lucinha. O prefeito do Rio disse que a deputada não costumava se envolver em assuntos relacionados ao transporte alternativo.
As evidências apontam que Lucinha e Ariane forneceram informações confidenciais sobre a agenda de Paes. Esta ação permitiu que a milícia removesse seus integrantes das ruas antes das visitas oficiais, evitando confrontos com a polícia e perpetuando sua influência na região.
A denúncia do MPRJ ainda aponta que vários parentes de integrantes da milícia foram empregados em gabinetes e outras instâncias da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Deputada ‘madrinha’ de milícia se defende na Alerj
No começo deste mês, Lucinha compareceu ao Conselho de Ética da Alerj para prestar esclarecimentos sobre as acusações de seu suposto envolvimento com a milícia.
Durante seu depoimento, Lucinha negou as acusações.
Na última quinta-feira, 20, o Conselho de Ética da Alerj arquivou o processo de quebra de decoro parlamentar contra a deputada.
Apesar dessas evidências, o relator do processo, Vinícius Cozzolino (União Brasil), argumentou que as provas não demonstravam uma conexão direta entre Lucinha e a milícia, criticando o MP por tentar influenciar a votação com a denúncia apresentada dias antes.
Em nota, Lucinha classificou as acusações como uma perseguição política, afirmando que sua inocência será comprovada.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)