Moro rebate declarações de Bolsonaro sobre ‘melhora’ no combate ao crime
Em entrevista ao Estadão, Sergio Moro rebateu as declarações de Jair Bolsonaro nas redes sociais no último fim de semana --o presidente disse que, depois de sua saída do Ministério da Justiça, "como por um passe de mágica, várias e diversificadas operações foram executadas"...
Em entrevista ao Estadão, Sergio Moro rebateu as declarações de Jair Bolsonaro nas redes sociais no último fim de semana –o presidente disse que, depois de sua saída do Ministério da Justiça, “como por um passe de mágica, várias e diversificadas operações foram executadas”.
Moro afirmou que, enquanto esteve no cargo, faltou apoio de Bolsonaro para ajudá-lo a pôr em prática uma agenda anticrime e anticorrupção.
“Tenho que dizer que não houve um grande apoio do presidente para a maioria dessas iniciativas do ministério, mas penso que há tempo considerável para que o governo retome algumas dessas bandeiras, como a aprovação da PEC da segunda instância, o que é muito mais efetivo do que a multiplicação de operações policiais de buscas e apreensão”, disse.
O ex-ministro também lembrou o que chamou de ” distância entre o discurso e a prática” do governo Bolsonaro.
“O que tem sido noticiado pelos jornais nos últimos meses é um progressivo loteamento político de diversos cargos administrativos dentro do governo, com indicações provenientes principalmente do grupo político denominado Centrão. Na campanha eleitoral, o presidente havia prometido publicamente rejeitar e coibir essa prática.”
Quanto ao “passe de mágica”, o ex-ministro destacou que isso não existe quando se trata de implantar políticas da segurança pública –e lembrou que boa parte das operações recentes da Polícia Federal resulta de apurações da força-tarefa da Operação Lava Jato.
“Essas operações, em regra, são trabalhadas durante meses. Em alguns casos, é questão de anos. Muitas das operações deflagradas recentemente tiveram origem em apurações realizadas durante a Operação Lava Jato e no acordo celebrado com a Odebrecht. Então, não há ‘passe de mágica’, mas um trabalho duro que vinha sendo realizado na minha gestão e que, em boa parte, foi consequência do meu trabalho como juiz federal.”
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