Moro diz que “negacionismo” de Bolsonaro atrapalha combate à Covid-19
Sergio Moro voltou a criticar o comportamento de Jair Bolsonaro em relação ao combate à epidemia de Covid-19 no país...
Sergio Moro voltou a criticar o comportamento de Jair Bolsonaro em relação ao combate à epidemia de Covid-19 no país.
Em entrevista à agência Efe, o ex-ministro da Justiça diz que sempre discordou da postura adotada pelo governo em relação ao novo coronavírus — desde quando ainda fazia parte dele.
“Infelizmente, devemos chegar a 70 mil [mortos] em breve. Espero que não, sempre há uma esperança de que não se chegue a tanto, mas a pandemia tem sido muito grave no Brasil no que se refere ao número absoluto de vítimas, e mesmo o número relativo também é alto. Quando estava dentro do governo, fui um crítico, e sempre foi minha posição de que precisava ter uma política federal direcionada ao combate da pandemia. E, não obstante, com todo respeito ao presidente e ao governo, houve uma omissão por conta do negacionismo do presidente, e isso foi bem negativo para o país”, disse Moro.
O ex-ministro reiterou que deixou o governo em função da interferência de Bolsonaro na PF, mas revelou “desconforto” também por causa do negacionismo do presidente em relação à gravidade da doença.
“O problema principal foi a interferência na Polícia Federal. Já havia uma insatisfação em relação a outros temas relacionados mais propriamente à minha pasta, mas essa parte da pandemia também gerava um desconforto, porque eu não era o ministro encarregado da pasta, mas, internamente, sempre me posicionei no sentido de defender a política nacional, quanto mais próximo do que a ciência nos podia dizer sobre a doença. Então, apoiei o Luiz Henrique Mandetta, e isso foi até um dos focos de tensão com o presidente, porque o presidente repudiava, acabou demitindo o ministro Mandetta e, nesse contexto, acabou me vendo, dentro do governo, mais como um aliado do ministro do que alguém que tinha se colocado a favor das ideias dele.”
Assista também à entrevista exclusiva de Sergio Moro a Felipe Moura Brasil: aqui.
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