Moro convida evangélico ligado a bolsonaristas para pré-campanha
Sergio Moro convidou para o núcleo da pré-campanha o presidente da Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure), Uziel Santana. O advogado e professor de direito da Universidade Federal de Sergipe ficou conhecido nacionalmente em abril, quando recorreu ao Supremo para reabrir igrejas e templos durante a pandemia...
Sergio Moro convidou para o núcleo da pré-campanha o presidente da Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure), Uziel Santana. O advogado e professor de direito da Universidade Federal de Sergipe ficou conhecido nacionalmente em abril, quando recorreu ao Supremo para reabrir igrejas e templos durante a pandemia.
O pedido ganhou liminar favorável de Nunes Marques, depois derrubada pelo plenário do Supremo, por 9 votos a 2. Na ocasião, Uziel disse ao Papo Antagonista que não existiam estudos que vinculassem “a abertura de igrejas à contaminação por Covid”.
Presbiteriano como André Mendonça, Uziel foi um dos principais apoiadores da indicação do ex-AGU para o Supremo. Ele também trabalhou nos bastidores pela nomeação de Milton Ribeiro, outro presbiteriano, como ministro da Educação.
A Anajure foi fundada em 2012 pelo sergipano Uziel e os paraibanos Ênio Araújo e Valter Vandilso, com apoio de Magno Malta (PR/ES) e do falecido Arolde de Oliveira (PSC/RJ). Damares Alves, ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos do governo Bolsonaro, integrou a primeira gestão, como diretora de Assuntos Legislativos.
Depois, Damares se afastou da Anajure por causa de um imbróglio entre Uziel e Marcos Feliciano, mas todos se reaproximaram durante a campanha por Mendonça, com a costura de Silas Câmara (Republicanos/AM), líder da bancada evangélica.
Hoje, a associação, com sede em Brasília e escritórios em 15 estados, tem forte atuação no Supremo e participa, como amicus curiae, em quase duas dezenas de ações, inclusive para impedir o ensino de sexualidade e ideologia de gênero nas escolas.
Santana disse à Folha ter se aproximado de Moro a partir de 2016, em eventos jurídicos nos quais encontrava o então juiz responsável pela Operação Lava Jato. Segundo ele, sua tarefa será “falar diretamente aos fiéis, sem se importar muito em atrair o apoio de igrejas”.
“Não será uma agenda restrita a temas morais. Será uma agenda que contempla também temas de inclusão social, que interessam muito ao povo evangélico”, diz.
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