Moraes vota para condenar homem que quebrou relógio no 8/1
Antônio Cláudio Alves Ferreira, acusado de quebrar o relógio histórico do Palácio do Planalto, foi condenado a 17 anos de prisão
O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes votou a favor da condenação de Antônio Cláudio Alves Ferreira (foto), acusado de quebrar o relógio histórico do Palácio do Planalto durante os atos de 8 de janeiro de 2023.
Na decisão, Moraes afirma que: “Está comprovado, tanto pelos depoimentos de testemunhas arroladas pelo Ministério Público, quanto pelas conclusões do Interventor Federal, vídeos e fotos realizados pelo próprio réu e outros elementos informativos, que ANTONIO CLAUDIO ALVES FERREIRA (…) com emprego de violência ou grave ameaça, tentou abolir o Estado Democrático de Direito, visando o impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais por meio da depredação e ocupação dos edifícios-sede do Três Poderes da República.”
Ferreira foi condenado pelo ministro a 17 anos de prisão.
Relógio histórico
O relógio em questão não era apenas um objeto decorativo; ele possuía um grande valor histórico. Presente dado a Dom João VI pela corte de Luís XIV, foi desenhado por André-Charles Boulle e elaborado pelo relojoeiro francês Balthazar Martinot na França do século XVIII.
Postagens nas redes sociais apontam que o horário marcado no relógio era 12h25, o que não condiz com o momento da invasão, que ocorreu a partir das 15h30.
O relógio não marcava a hora prevista devido ao mal-funcionamento.
Em nota oficial, a Secom informou que o relógio “não estava em funcionamento há pelo menos 10 anos”.
“A Secom esclarece ainda que no segundo mandato do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi realizada a tentativa de manutenção do relógio, sem sucesso, por se tratar de um objeto histórico e de difícil reparação”, acrescentou.
Imagem “estarrecedora“
Em seu voto, em plenário virtual que acontece nesta sexta-feira, 21, Moraes descreve como “estarrecedoras” as imagens dos atos de 8 de janeiro.
“Mais estarrecedora é a quantidade de vídeos e imagens postadas em redes sociais por inúmeros criminosos que se vangloriavam deste enfrentamento e reiteravam a necessidade de golpe de Estado com a intervenção militar e a derrubada do governo democraticamente eleito, tendo isto chegado diuturnamente ao conhecimento desta Corte em inúmeras representações da Polícia Federal“, disse o ministro.
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