Moraes nega devolução de celular a padre indiciado pela PF
Defesa argumenta que a apreensão do aparelho violaria o sigilo sacerdotal do padre José Eduardo de Oliveira e Silva
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido da defesa do padre José Eduardo de Oliveira e Silva (foto), de Osasco, para que seu aparelho celular fosse devolvido.
Alvo de busca e apreensão em fevereiro deste ano, o pároco foi indiciado pela Polícia Federal em investigação que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas.
Em sua decisão de negar a devolução do aparelho, Moraes afirmou que as investigações ainda se encontram “em regular andamento, razão pela qual o pleito de restituição dos bens apreendidos não merece êxito, eis que ainda interessam à completa elucidação dos fatos investigados”.
A defesa, porém, argumenta que a apreensão violaria o sigilo sacerdotal do padre. Ao se recusar a entregar a senha do aparelho aos agentes da PF, Oliveira afirmou que “os dramas mais profundos de fiéis” estariam no aparelho.
O que diz a defesa
O advogado do padre, Miguel Vidigal, criticou a divulgação do relatório final da PF, que expôs os indiciamentos: “A nota da Polícia Federal é um abuso e contamina a instituição ao romper o sigilo decretado pelo ministro Alexandre de Moraes”, afirmou.
Segundo a defesa, o padre foi alvo de busca e apreensão em fevereiro deste ano, sob a suspeita de integrar o “núcleo jurídico” da suposta trama golpista, que teria também a participação de assessores e ex-ministros do governo Bolsonaro.
Vidigal ainda apontou que a PF teria vasculhado comunicações protegidas por sigilo espiritual, violando tratados internacionais. A defesa promete contestar vigorosamente as acusações e a maneira como as informações foram tornadas públicas.
O grupo é acusado de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e organização criminosa, relacionados a um suposto plano de assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
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Comentários (1)
Marian
23.11.2024 10:52Há que se ter limites. Não estamos num país comunista, ou já seguimos a nova ordem imposta num certo país da América Central? Há semelhanças.