Ministro que afastou Witzel poupou deputados citados na delação de Edmar
O ministro Benedito Gonçalves, do STJ, que afastou Wilson Witzel do governo do Rio, não autorizou busca e apreensão em endereços dos deputados Rodrigo Bacellar (Solidariedade) e Rodrigo Amorim (PSL)...
O ministro Benedito Gonçalves, do STJ, que afastou Wilson Witzel do governo do Rio, não autorizou busca e apreensão em endereços dos deputados Rodrigo Bacellar (SDD) e Rodrigo Amorim (PSL).
O MPF havia pedido as diligências porque os deputados são citados na delação premiada de Edmar Santos, ex-secretário de Saúde do Rio, como participantes do esquema de loteamento de cargos no Rio.
Segundo reportagem da Folha, os parlamentares têm participação mais ativa no esquema de Witzel que o vice-governador, Cláudio Castro (PSC), que foi alvo da Operação Tris in Idem, a mesma que investiga o governador afastado, e assumiu o governo do Rio.
O deputado Bacellar é descrito por Edmar como coordenador do esquema criminoso para direcionar recursos da saúde a municípios para garantir apoio de deputados estaduais ao governo. O MPF suspeita de desvio de dinheiro nessas prefeituras.
Já o deputado Amorim foi acusado por Edmar de ter intermediado um encontro entre o ex-secretário e José Carlos de Melo, outro suspeito de coordenar o esquema de corrupção e que foi preso por ordem do ministro Benedito.
O deputado também foi citado em escuta telefônica na qual pessoas ligadas a Mário Peixoto relatam o loteamento de cargos na Faetec. Amorim teria pressionado o secretário de Ciência e Tecnologia, Leonardo Rodrigues, a acelerar o processo de contratação de seus indicados.
Ontem, por 14 votos a 1, a Corte Especial do STJ manteve o afastamento de Witzel do governo e as prisões preventivas e temporárias determinadas por Benedito Gonçalves.
À Folha, o deputado Rodrigo Amorim enviou a seguinte nota:
A Folha de S.Paulo faz acusações levianas a meu respeito, fragilmente fundamentadas em duas menções ao meu nome na delação de um réu confesso de desvio de dinheiro público: na primeira ilação, pega uma frase dita por uma pessoa não identificada na gravação, segundo a qual eu teria “emparedado” um secretário de Estado em busca de cargos.
A outra ilação é ainda mais frágil: o réu menciona que o encontrei num restaurante e destaca que não houve nesse encontro nenhuma conversa ilícita. Sem nenhum dado que justifique, a Folha me acusa de querer apresentar o reitor de uma universidade na Baixada, ao então secretário de saúde. Para quê, ninguém sabe. O fato é que já esclareci que neste dia o encontro foi ao acaso e durou poucos minutos – logo fui para outra mesa.
Para a Folha isto basta para eu ser “de um esquema”.
Não há esquema de indicação de cargos e a tentativa de criminalizar a indicação política é algo que causa espécie. Sou contra qualquer indicação de pessoa não qualificada para cargos estratégicos. Na Alerj, sou o maior defensor do instituto do Concurso Público.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)