Ministério sugeriu vacinas nos planos de saúde no mesmo dia em que foram incorporadas ao SUS
O Ministério da Saúde sugeriu a inclusão de vacinas contra a Covid na cobertura dos planos de saúde no mesmo dia em que elas foram incorporadas ao SUS. Foi uma questão de horas...
O Ministério da Saúde sugeriu a inclusão de vacinas contra a Covid na cobertura dos planos de saúde no mesmo dia em que elas foram incorporadas ao SUS.
Foi uma questão de horas.
O Ministério da Saúde incorporou ao SUS as vacinas da Pfizer e da AstraZeneca/Fiocruz na quarta passada (30). Esses são os únicos imunizantes contra a Covid que já têm registro na Anvisa, em vez de autorização para uso emergencial, como é o caso da Coronavac e da vacina da Janssen.
A decisão, publicada no Diário Oficial, atendeu a recomendação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec). A assessoria de imprensa do ministério disse a O Antagonista que a medida vai facilitar potenciais futuras compras dessas vacinas, se for necessário.
Muito bem. Pouco antes das 11 da manhã do mesmo dia – como mostra ofício enviado a O Antagonista pelo próprio ministério – o secretário de Ciência e Tecnologia, Hélio Angotti Neto, enviou mensagem à ANS, que regula os planos de saúde.
No ofício, Angotti Neto escreveu: “[c]onsiderando a incorporação das referidas tecnologias no Sistema Único de Saúde (SUS), solicito a avaliação, por parte dessa ANS, de inclusão das vacinas ChAdOx1 nCoV-19 (Fiocruz/AstraZeneca) e BNT162b2 (Pfizer) em seu Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde”.
Ou seja: a incorporação das vacinas ao SUS foi usada como argumento para recomendar sua inclusão também na cobertura dos planos de saúde.
O processo administrativo da Conitec que recomendou a incorporação das vacinas ao SUS, atenção, foi solicitado pelo próprio ministério.
Ontem (7), em nota enviada a O Antagonista, a ANS destacou a importância da vacinação contra a Covid ser pensada “como medida coletiva, e não fragmentada em grupos específicos (nesse caso, os beneficiários de planos de saúde)”.
O ministro Marcelo Queiroga mudou em 180º sua opinião sobre a participação do setor privado na vacinação contra a Covid – um debate que, como vemos, também chegou à ANS.
Queiroga já foi publicamente “100% SUS”, mas depois mudou de ideia.
Procurado, o Ministério da Saúde ainda não informou como o ministro pretende conciliar a proposta sobre vacinas nos planos de saúde com a portaria assinada por ele próprio que inclui as vacinas no SUS.
Leia mais:
Bolsonaro recua de recuo e mantém indicação para ANS
Por que Bolsonaro retirou a indicação para a presidência da ANS
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)