Ministério Público denuncia rede criminosa do PCC na Cracolândia
11 membros de uma rede criminosa ligada ao PCC na Cracolândia são denunciados por tráfico de drogas e corrupção de agentes públicos.
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) divulgou que 11 pessoas foram denunciadas por envolvimento em uma rede criminosa do Primeiro Comando da Capital (PCC) na Cracolândia, região central de São Paulo. As atividades ilícitas incluíam tráfico de drogas, comércio ilegal de peças de veículos e celulares, além de corrupção de agentes públicos que extorquiam comerciantes da região.
De acordo com a investigação, o grupo operava a partir da Favela do Moinho, onde estabeleceu um centro de operações para monitorar ações policiais e abastecer o tráfico de drogas. Esse núcleo criminoso contava com um sistema sofisticado de vigilância, utilizando sinais de rádio para interceptar comunicações das autoridades locais.
Lista dos Denunciados pelo MP-SP
A liderança do grupo era comandada por Leonardo Monteiro Moja, também conhecido como “Leo do Moinho”. Abaixo, estão os nomes dos 11 denunciados pelo MP-SP:
- Leonardo Monteiro Moja
- Raquel Maria Faustina Monteiro Moja
- Jefferson Francisco Moja Teixeira
- Alberto Monteiro Moja
- Ivan Rodrigues Ferreira
- Janaína da Conceição Cerqueira Xavier
- Valdecy Messias de Souza
- Paulo Márcio Teixeira
- Ingrid de Freitas
- Wellington Tavares Pereira
- Alfredo da Silva Bertelli Prado
Os crimes atribuídos a esses indivíduos incluem formação de organização criminosa, tráfico de drogas, associação para o tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e violação de comunicação radioelétrica. O MP-SP solicitou a prisão preventiva de Jefferson e Alberto Moja, apontados como figuras-chave no comando das atividades ilegais na ausência de Leo do Moinho.
Como Funcionava o Ecossistema Criminoso na Cracolândia?
As investigações, que levaram cerca de um ano, revelaram que a organização utilizava rádios para monitorar as ações policiais e assegurar a continuidade do tráfico de drogas. Com base na Favela do Moinho, o grupo conseguia se antecipar às operações das autoridades, evitando apreensões e prisões.
Além disso, a rede criminosa envolvia uma estrutura de receptação de produtos roubados. Mercadorias como peças de veículos e celulares roubados eram armazenadas e vendidas em comércios locais, financiando outras atividades ilícitas e garantindo a perpetuação do ecossistema criminoso.
O MP-SP salientou que essas práticas não apenas violavam a lei, mas também afetavam diretamente os direitos humanos dos moradores da área, especialmente dos dependentes químicos, que eram incitados a resistir às operações policiais.
Resultados da Operação Salus Et Dignitas
No dia 6 de agosto de 2024, a Operação Salus Et Dignitas foi deflagrada no centro de São Paulo, resultando na prisão de 15 pessoas e na interdição de 56 imóveis. Leonardo Monteiro Moja, que estava em liberdade condicional, foi novamente detido durante a operação.
Foram alvos da operação três guardas-civis metropolitanos e um ex-agente da GCM, suspeitos de extorquir comerciantes locais. A operação resultou na apreensão de diversos itens, incluindo:
- 348 munições
- 122 celulares
- 78 veículos
- 35 computadores
- 22 quilos de drogas
- 8 radiocomunicadores
- 3 armas e 2 simulacros
- R$ 264 mil em espécie
Os dados finais da operação apontam para o cumprimento de 117 mandados de busca e apreensão e 7 mandados de prisão, evidenciando a profundidade e a complexidade das atividades ilegais desmontadas pelo MP-SP.
Quais são as Próximas Etapas?
A desarticulação dessa rede criminosa representa um grande avanço na luta contra o crime organizado na Cracolândia. A prisão dos principais membros e o desmantelamento de parte significativa das operações do PCC devem resultar em maior segurança e melhoria na qualidade de vida dos moradores da região.
O MP-SP reafirma seu compromisso em continuar as ações destinadas a combater o crime organizado e proteger os direitos dos cidadãos mais vulneráveis. As próximas etapas envolvem a intensificação de operações de segurança e a cooperação entre diversas esferas do governo para assegurar a ordem na região central de São Paulo.
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