Nos últimos meses, diversos produtos alimentícios e de consumo foram considerados impróprios para consumo no Brasil, levando à sua retirada do mercado. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgaram uma série de alertas sobre contaminação e irregularidades que colocam a saúde dos consumidores em risco.

O Mapa divulgou recentemente que 24 lotes de café torrado, pertencentes a 14 marcas diferentes, foram considerados impróprios para consumo. A presença de matérias estranhas e impurezas acima dos limites permitidos levou à recomendação de que os consumidores solicitassem a substituição desses produtos conforme o Código de Defesa do Consumidor.

Em nota o ministério disse que: “Os produtos considerados impróprios para consumo deverão ser recolhidos pelas empresas responsáveis. A ação está respaldada pelo artigo 29-A do Decreto 6.268/2007, que prevê a aplicação do recolhimento em casos de risco à saúde pública, adulteração, fraude ou falsificação de produtos.

Aos consumidores que caso tenham adquiridos esses produtos, o Mapa orienta que deixem de consumi-los, podendo solicitar sua substituição nos moldes determinado pelo Código de Defesa do Consumidor.“

Confira aqui a lista das 14 marcas café

Outros produtos não recomendados

Segundo reportagem do O Globo, além do café, vários outros itens foram alvo de proibições e recalls nos últimos meses devido a contaminações e não conformidades com a legislação. Confira alguns casos:

Detergente Ypê

Em maio deste ano, a Anvisa suspendeu a comercialização, distribuição e uso de determinados lotes de todas as versões do detergente Ypê, fabricado pela empresa Química Amparo. A decisão foi tomada devido a um potencial risco de contaminação microbiológica.

Probiótico Neogermina

Em março, a Anvisa suspendeu a venda e distribuição de quatro lotes do probiótico da marca Neogermina devido à presença de partículas estranhas no produto. O probiótico é comercializado como fonte de bactérias benéficas Bacillus claussi.

Fórmula Nutramigen

Em janeiro deste ano, a Anvisa proibiu seis lotes da fórmula infantil em pó da marca Nutramigen, seguindo um alerta da agência sanitária dos Estados Unidos, FDA. O recolhimento foi motivado pela suspeita de contaminação pela bactéria Cronobacter sakazakii.

Atum Cellier

Em agosto do ano passado, a Anvisa proibiu a comercialização, distribuição e uso do atum ralado enlatado da marca Cellier. A decisão ocorreu após o Centro de Vigilância Sanitária de São Paulo receber relatos de surtos de intoxicação alimentar por histamina em Centros de Educação Infantil (CEIs) de Campinas.

Molho Fugini

Em março de 2023, a Anvisa anunciou a suspensão da fabricação, comercialização, distribuição e uso de todos os alimentos em estoque da marca Fugini, incluindo molhos de tomate, conservas vegetais e outros molhos, como maionese e mostarda. A medida foi tomada após uma inspeção identificar falhas de higiene e controle de qualidade.

Chocolates da Marca Garoto

Em outubro de 2022, lotes de chocolates da marca Garoto foram suspensos e recolhidos voluntariamente após suspeita de contaminação por fragmentos de vidro. Dois lotes das barras de chocolate ao leite “Castanhas de Caju” e “Castanhas de Caju e Uvas Passas” estavam envolvidos. Não houve restrição aos demais produtos da marca.

Sorvetes da Häagen-Dazs

Em agosto de 2022, a Anvisa determinou o recolhimento de uma série de produtos da marca Häagen-Dazs com validade entre maio e junho de 2023, proibindo também a importação, distribuição e comercialização dos produtos. A ação foi resultado de uma identificação global da substância 2-cloroetanol (2-CE) em um ingrediente do sorvete de baunilha.

Medidas de Segurança e recall

Diversos produtos infantis também foram alvo de recalls devido a contaminações. Em março de 2022, fórmulas infantis em pó da Abbott Nutrition foram recolhidas após a descoberta de uma bactéria nociva em uma fábrica nos EUA.

No mês seguinte, chocolates da marca Elite foram retirados do mercado por risco de contaminação por Salmonella, assim como chocolates Kinder, que tiveram lotes recolhidos em abril do mesmo ano pela mesma suspeita.