Militância identitária exige R$ 10 milhões de Claudia Leitte
Os grupos presentes na audiência também cogitam a possibilidade de que o inquérito civil instaurado até o momento contra Cláudia seja convertido em um processo criminal
![Militância identitária exige R$ 10 milhões de Claudia Leitte](https://cdn.oantagonista.com/uploads/2025/01/Claudia-Leite-2-1024x575.jpeg)
O Ministério Público da Bahia (MPBA) promoveu em 27 de novembro uma audiência com o objetivo de discutir medidas de proteção às religiões de matriz africana tendo ponto principal o caso envolvendo a artista baiana Cláudia Leitte, acusada de racismo religioso após alterar a letra de uma de suas músicas em seus shows, substituindo “Iemanjá” por “Yeshua”.
A grande maioria dos participantes do evento eram militantes oriundos de universidades e movimentos culturais e religiosos.
As entidades que participaram do debate levaram a MP sugestão de impor uma indenização no valor de R$ 10 milhões a ser arcado por Cláudia Leitte, destinada ao fomento de campanhas contra o racismo religioso.
Além disso, será solicitado que a artista suspenda a apresentação da música “Caranguejo” ou, alternativamente, mantenha sua letra original.
Os grupos presentes na audiência também cogitam a possibilidade de que o inquérito civil instaurado até o momento contra Cláudia seja convertido em um processo criminal.
Essa decisão caberá à promotoria e dependerá ainda da autorização do Judiciário para efetivação dos pedidos apresentados pelas entidades.
A denúncia contra a cantora foi feita pela iyalorixá Jaciara Ribeiro e pelo Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (Idafro).
Anajure defende a liberdade de expressão e de religião
A Anajure (Associação Nacional de Juristas Evagélicos) representada pelo advogado Iannick Sucupira Curvelo, defendeu o direito da artista de adaptar seu repertório musical às suas crenças religiosas, argumentando que tal ação não deve ser interpretada como uma forma de racismo ou ataque às tradições religiosas africanas.
A Anajure expressou preocupação com a clara parcialidade que permeou as discussões durante o encontro. A reação dos militantes presentes, porém, gritar palavras de ordem, dificultando um diálogo construtivo no auditório e transformando a audiência em um espaço conflituoso.
A organização reafirmou seu compromisso em promover um debate equilibrado e respeitoso, buscando garantir que diferentes perspectivas sejam ouvidas.
Além disso, anunciou que continuará sua atuação técnica em relação ao caso que originou a audiência, defendendo sempre a liberdade religiosa da cantora Cláudia Leitte.
A advogada Alzemeri Martins, do Instituto Brasileiro de Direito e Religião (IBDR), pediu aos presentes para considerar que Claudia Leitte tem sua própria fé e deve ser respeitada nesse aspecto.
No entanto, sua declaração também gerou descontentamento entre a militância presente na audiência, com algumas vozes expressando indignação ao ouvir seus argumentos.
Leia também: A intolerância identitária contra Claudia Leitte
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Comentários (10)
ALDO FERREIRA DE MORAES ARAUJO
31.01.2025 11:05Quanto tempo, energia e dinheiro público desperdiçado numa falsa questão. Como dá nojo tudo isso, esse oportunismo descarado.
Armando Nuno De Fiúza Lopes
30.01.2025 10:41Ridículo!
Marcelo Augusto Monteiro Ferraz
29.01.2025 15:45Hipócritas! Demagogos! Só os medíocres se agarram a essa ditadura identitária, de falso moralismo, fanática e irracional para, no máximo, conseguirem quinze minutos fama. Esse é o inferno chamado mundo woke. Não há ditaduras piores do que as que grassam na sociedade, de pessoas contra pessoas e de grupos contra grupos, semeadas de fora para dentro das fronteiras do ocidente, em busca da instalação do caos.
Alexandre Ataliba Do Couto Resende
29.01.2025 14:07Anda tendo muito poucos crimes na Bahia. Não há homicídio, furto, latrocínio, tráfico de qualquer espécie e os casos de racismo estão nos que mudam os nomes das divindades em letras de músicas. Enfim, no paraíso baiano está sobrando tempo e dinheiro do contribuinte para lidar com esse tipo de questão.
Jorge Alberto da Cunha Rodrigues
29.01.2025 13:15Os sectários, insensatos, agressivos e paranoicos identitários e adeptos da cultura woke são mais nocivos do que muitas pragas. Os seus pleitos são tão absurdos que mais parecem piadas de péssimo gosto.
Carlos Renato Cardoso Da Costa
29.01.2025 12:57Que loucura. A sociedade não pode se render a esse autoritarismo asqueroso.
Lindberg Garcia
29.01.2025 12:36Por essa e outras, é que grupos identitários a cada dia paerdem significância. Como no dito popular, mais realistas que o próprio rei. Simples assim.
eduardo henrique da silva mattos
29.01.2025 12:31Realmente hipocritas batem no peito para falar de democracia !! Cada um tem sua fe , seja na Bahia ou em outro lugar , eita intolerância
Márcio Roberto Jorcovix
29.01.2025 12:23O que será feito com o pessoal que faz paródias??? Eles serão multados em 10 milhões, caso um grupo se sinta descriminado porque o parodista alterou a letra? Este pessoal identitário está confundindo alhos com bugalhos. Como disse o Luiz, assim só piora as coisas. Tudo vira discriminação pra essa gente.
Luis Eduardo Rezende Caracik
29.01.2025 11:44Absurdo completo. Este tipo de postura, ao invés de proteger a sociedade contra intolerâncias, só faz estas intolerâncias crescerem.