Milei evita citar Lula e fala em “perseguição judicial” a Bolsonaro
Em sua participação na CPAC, em Balneário Camboriú, o presidente da Argentina foi recebido aos gritos de “Lula, ladrão, seu lugar é na prisão”
O presidente da Argentina, Javier Milei (foto), afirmou neste domingo, 7 de julho, que Jair Bolsonaro sofre “perseguição judicial” no Brasil. Em discurso na CPAC, em Balneário Camboriú (SC), o argentino também criticou governos socialistas na América Latina, sem citar Lula.
Milei foi recebido aos gritos de “Lula, ladrão, seu lugar é na prisão”. Ele agradeceu à recepção de Bolsonaro e disse que se sente “em casa”.
Sem citar o petista, afirmou:
“Em nome da justiça tiraram de uns para dar a outros, que por acaso são seus filhos ou amigos. Se tiverem alguma dúvida, vão ver como vivem as famílias desses campeões do socialismo do século XXI, vejam como vivem as famílias de [Nicolás] Maduro, vejam como vivem os filhos de alguns de seu país. São todos bilionários que vivem como se tivessem inventado o Google.”
Nesse contexto, afirmou que o caso da “catástrofe” na Argentina “pode ser considerada um caso intermediário, porque por mais que tentaram, nunca conseguiram aplicar o programa socialista de vez porque encontraram um povo que protegem a propriedade privada e resistem a serem dominados”.
“Olhem o que aconteceu na Venezuela, olhem o que aconteceu na Bolívia quando Evo Morales ganhou pela terceira vez, olhem a perseguição que o nosso amigo Bolsonaro sofre aqui no Brasil, e olhem o que está acontecendo na Bolívia, um falso golpe de estado.”
Disse ainda que a liberdade de expressão, “valor fundamental da democracia, se encontra questionada nas principais potências do mundo sob a desculpa de não ferir a sensibilidade de ninguém, ou respeitar supostos direitos de algumas minorias ruidosas”.
Encontro com Bolsonaro
Milei se reuniu na manhã deste domingo com o ex-presidente Jair Bolsonaro e os governadores Tarcísio de Freitas, de São Paulo, e Jorginho Mello, de Santa Catarina.
A reunião, a portas fechadas, no hotel em que eles estão hospedados em Balneário Camboriú (SC), teve também a participação do deputado federal Eduardo Bolsonaro, além da secretária-geral do governo argentino Karina Milei – irmã do presidente – e do ministro da Defesa da Argentina, Luis Petri.
Essa é a primeira visita de Milei ao Brasil desde que tomou posse como presidente, em dezembro de 2023. Como mostramos, ele evitou se encontrar com Lula.
Perfeito dinossauro idiota
Na última terça-feira, o presidente da Argentina voltou a criticar Lula e afirmou que quem reclama de suas críticas ao petista é um “perfeito dinossauro idiota”.
Milei também acusou Lula de “forte interferência na campanha eleitoral e sólido apoio à campanha mais suja da história” em relação às eleições presidenciais argentinas de 2023.
O então rival do libertário no pleito e ministro da Economia, Sergio Massa, foi assessorado durante a reta final da campanha por uma equipe de publicitários brasileiros liderada pelo petista Edinho Silva.
Na semana passada, Lula disse que Milei deveria pedir desculpas pelas “bobagens” que falou sobre ele e o Brasil.
“Eu não conversei com o presidente da Argentina, porque eu acho que ele tem que pedir desculpas ao Brasil e a mim. Ele falou muita bobagem. Eu só quero que ele peça desculpas.”
Em resposta, Milei afirmou não ter motivos para se retratar:
“Qual é o problema que o chamei de corrupto? Por acaso ele não foi preso por isso? E o que eu disse… Comunista? Por acaso não é comunista? Desde quando tem de pedir perdão por dizer a verdade? Ou estamos tão doentes de correção política que não se pode dizer nada para a esquerda ainda quando for verdade?”.
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